BRASĂLIA (Reuters) – A gestão Jair Bolsonaro enviou à equipe de transição um ofĂcio que manda retirar do cadastro do AuxĂlio Brasil 2,5 milhões de beneficiĂĄrios, disse nesta quarta-feira o ex-prefeito de São Paulo e futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Em entrevista à GloboNews, Haddad não detalhou esse pedido e não disse o motivo de o governo em exercĂcio ter enviado tal solicitação ao presidente eleito.
"O desenho do AuxĂlio Brasil não foi feito para combater a fome, foi feito para maximizar o nĂșmero de votos", disse, argumentando que indivĂduos passaram a receber nos Ășltimos meses o mesmo benefĂcio de famĂlias inteiras.
"Agora nós recebemos ofĂcio do próprio governo mandando retirar do cadastro 2,5 milhões de brasileiros. Por que foram incluĂdos se não se adequavam aos parâmetros da lei?"
"É quase que um crime confessado", completou o futuro ministro.
O Ministério da Cidadania jĂĄ havia divulgado nota na terça-feira sobre o tema, após declarações nessa linha de membros do grupo técnico de Desenvolvimento Social da transição, afirmando que é "falsa a acusação de que o governo federal incluiu 2,5 milhões de pessoas no Programa AuxĂlio Brasil pouco antes das eleições, demandando do futuro governo uma revisão dos benefĂcios e possĂveis cancelamentos".
"Outra acusação fantasiosa feita pelo grupo de transição diz respeito a um suposto crescimento anormal na quantidade de famĂlias unipessoais beneficiĂĄrias do AuxĂlio Brasil", informou a nota. "Cabe ressaltar que possĂveis irregularidades, assim que identificadas, foram e sempre serão imediatamente corrigidas, como é praxe desta gestão."
Haddad também afirmou na entrevista que os filtros do INSS para concessão de benefĂcios foram removidos pelo atual governo, ponderando que isso não significa que as liberações sejam irregulares.
(Por Bernardo Caram)
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