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Feminicídio

Com isolamento social, Brasil registra um feminicídio a cada 6 horas e meia


Em meio ao isolamento social, o Brasil contabilizou 1.350 casos de feminicĂ­dio em 2020 – um a cada seis horas e meia, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança PĂșblica. O nĂșmero é 0,7% maior comparado ao total de 2019. Ao mesmo tempo, o registro em delegacias de outros crimes contra as mulheres caiu no perĂ­odo, embora haja sinais de que a violĂȘncia doméstica, na verdade, pode ter aumentado.

Os casos de homicĂ­dio motivado por questões de gĂȘnero subiram em 14 das 27 unidades federativas, de acordo com o relatório. Houve crescimento acentuado em Mato Grosso (57%), Roraima (44,6%), Mato Grosso do Sul (41,7%) e ParĂĄ (38,95). Em Rondônia, os feminicĂ­dios também saltaram de sete ocorrĂȘncias, em 2019, para 14 no ano passado.

Foto: AFP


Entre os Estados, Mato Grosso é o que tem a maior taxa de feminicĂ­dio, com 3,6 casos por 100 mil habitantes. Na situação inversa, o Distrito Federal é o responsĂĄvel pelo melhor Ă­ndice (0,4), seguido por Rio Grande do Norte (0,7), São Paulo (0,8), Amazonas (0,8) e Rio (0,9).

TrĂȘs a cada quatro vĂ­timas de feminicĂ­dio tinham entre 19 e 44 anos. A maioria (61,8%) era negra. Em geral, o agressor é uma pessoa conhecida: 81,5% dos assassinos eram companheiros ou ex-companheiros, enquanto 8,3% das mulheres foram mortas por outros parentes.

Ao contrĂĄrio dos homicĂ­dios comuns, em que hĂĄ maior prevalĂȘncia de arma de fogo, as armas brancas foram mais usadas contra as mulheres. Em 55,1% das ocorrĂȘncias, as mortes foram provocadas por facas, tesouras, canivetes ou instrumentos do tipo.

JĂĄ os registros de lesões corporais e de estupros feitos na polĂ­cia caĂ­ram em 2020. Pelo levantamento, foram notificadas 230 160 agressões contra mulheres – 7,4% a menos em relação ao ano anterior.

"Neste contexto, ainda é cedo para avaliar se estamos diante da redução dos nĂ­veis de violĂȘncia doméstica e sexual ou se a queda seria apenas dos registros em um perĂ­odo em que a pandemia começava a se espalhar, as medidas de isolamento social foram mais respeitadas pela população e muitos serviços pĂșblicos estavam ainda se adequando para garantir o atendimento não-presencial", escreveram as pesquisadoras Samira Bueno, Marina Bohnenberger e Isabela Sobral.

Apesar das reduções verificadas nos dados oficiais, haveria indĂ­cios de que o cenĂĄrio de crimes contra mulheres se acentuou. Por exemplo: o nĂșmero de ligações para o 190, que aciona a PolĂ­cia Militar, subiu 16,3% e chegou a 694.131 chamados por violĂȘncia doméstica no ano passado.

Por sua vez, as medidas protetivas de urgĂȘncia também subiram 4,4% em 2020. Foram 294.440 decisões concedidas pela Justiça brasileira, ao todo, de acordo com o Fórum. "Diante das diferenças apontadas pelos registros das PolĂ­cias Civis, Militares e Tribunais de Justiça, se faz necessĂĄrio o monitoramento destes indicadores e a garantia de acolhimento e proteção às mulheres em situação de violĂȘncia doméstica."

De acordo com o relatório, o PaĂ­s somou 60.460 boletins de ocorrĂȘncia de estupro no ano passdo, ou uma queda de 14,1% comparado a 2019. Ainda assim, isso representa um caso a cada oito minutos. A maioria das vĂ­timas é do sexo feminino (86,9%) e tem no mĂĄximo 13 anos (60,6%).

Do total de crimes sexuais, 73,7% dos casos foram contra vĂ­timas vulnerĂĄveis – ou seja, menores de 14 anos ou pessoas incapazes de consentir ou de oferecer resistĂȘncia. Entre os agressores, 85,2% eram conhecidos da vĂ­tima.

Em nĂșmeros absolutos, a maior parte das ocorrĂȘncia de estupro foi notificada em São Paulo, com 11 mil registros feitos. JĂĄ proporcionalmente, o Mato Grosso do Sul segue com o pior resultado do PaĂ­s, apresentando taxa de 68,9 casos por 100 mil habitantes. Em 2019, esse Ă­ndice chegava a 82 estupros por 100 mil.

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