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Reeleição de Bolsonaro seria catástrofe para o Brasil

Por Da Redação

29/10/2022 às 18:38:24 - Atualizado há

O jornal americano New York Times não exagerou ao apontar nesta semana que a eleição presidencial do Brasil definirá o futuro do planeta. Com um recorte temático sobre o Meio Ambiente, o editorial tratou Jair Bolsonaro como um risco mundial pelo endosso a políticas de destruição da Amazônia. Sob um olhar interno, há mais uma série de razões para atestar que uma eventual renovação do mandato do capitão seria catastrófica.

O problema começa pela aposta de Bolsonaro em deturpar a realidade. O presidente, que insiste em dizer que o país “está decolando”, demonstra total desprezo pela população ao sugerir que a fome que aflige 33 milhões de cidadãos pode ser resolvida com um passe de mágica, a partir da transferência dos R$600 do Auxílio Brasil. Logo na largada, ele desconsidera que, sem acesso à informação e em condições precárias, muitos brasileiros sequer conseguem entrar no Cadastro Único e ignora que a alta da inflação dos alimentos corrói o poder de compra dos beneficiários.

Além disso, especialistas são uníssonos em explicar que o combate à extrema-pobreza, na verdade, passa por projetos estruturantes. Projetos esses, aliás, que Bolsonaro boicotou. O presidente asfixiou o Sistema Único de Assistência Social; reduziu a compra de alimentos direcionados a estoques públicos, usados para o controle de preços; e ignorou a urgência de reajuste dos repasses ao Programa Nacional de Alimentação Escolar, por exemplo. Para reverter a insegurança alimentar, a rede de assistência à população precisa ser reestruturada. O plano de governo de Bolsonaro para os próximos 36 anos, segundo noticiou a Revista Piauí, não cita o enfrentamento da fome.

O descaso com a inclusão social está longe de ser a única posição equivocada do presidente. A promoção da política armamentista, uma das principais bandeiras dele, abriu brecha para o avanço da violência no país. Um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou, no mês passado, que 6,3 mil homicídios teriam sido evitados no país entre 2019 e 2021 sem a flexibilização do acesso de cidadãos a armas.

Os riscos do armamento foram estampados em dois episódios recentes envolvendo bolsonaristas. No final de semana passada, Roberto Jefferson atirou com um fuzil e granadas contra agentes da Polícia Federal que bateram à sua porta para cumprir uma ordem de prisão. Neste sábado, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi filmada apontando uma arma para um apoiador de Lula no meio de uma rua em São Paulo.

O armamento ostensivo da população, aliás, é um dos pontos de preocupação das autoridades para a eleição deste domingo. Há temor quanto a episódios de violência nas ruas, caso Bolsonaro perca a disputa para Lula. Não é descartada, ainda, a possibilidade de extremistas usarem as munições para tentar invadir prédios públicos, como ocorreu nos Estados Unidos, quando, diante da vitória de Joe Biden, manifestantes pró-Trump adentraram o Capitólio numa tentativa de golpe.

Os riscos à democracia são de conhecimento geral. Bolsonaristas afirmam sem pudor que, se reeleito, o presidente avançará sobre o Supremo Tribunal Federal com o impeachment de algozes, como Alexandre de Moraes, e buscará ampliar o número de assentos da corte a fim de ampliar a influência sobre as decisões. Nunca é demais frisar que o regime democrático não comporta a cooptação do Judiciário pelo Executivo. Sem um STF independente, instalaremos de vez no país a autocracia.

Os perigos parecem inesgotáveis. Estão, inclusive, listados em um ofício no qual a ONU pediu, no início do ano, explicações a Bolsonaro pela fragilização do combate à corrupção, pelo corte de recursos para programas de apoio à mulher, por discursos de ódio por parte de lideranças políticas, pelos ataques a indígenas e à imprensa e pela violência policial. Acrescento à relação preocupações com outros temas, como o enfraquecimento do programa de vacinação, que há muito era modelo mundial, e a inércia no setor da Educação, lembrado pelo governo apenas para inflamar a base ideológica com pautas ilógicas.

O reerguimento do país passa pela reconstrução das políticas públicas nacionais. É, portanto, impossível assegurá-lo com Bolsonaro, que se recusa a reconhecer seus próprios erros e recalcular a rota. A votação do segundo turno da eleição presidencial das nossas vidas começou. Às 16h deste sábado (29), brasileiros que vivem em Wellington, capital da Nova Zelândia, depositaram os primeiros votos para definir a disputa entre Lula e Jair Bolsonaro. A partir das 8h deste domingo (30), será a nossa vez. Façamos bonito nas urnas.

Fonte: Isto É
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