Educação abandono de animais

Pesquisadores da UFPR alertam para o alto abandono de cães doentes na região de Foz do Iguaçu

Por Da Redação

23/09/2022 às 09:23:27 - Atualizado há

Com um tratamento de alto custo para a doença e a recomendação principal ser a eutanásia do cão doente, parte da população da região abandona os cães nas proximidades das aldeias indígenas, dizem os pesquisadores. O coordenador do projeto, professor Alexander Biondo, afirma que existe uma falsa impressão de que os índios têm o convívio com cães na sua natureza e isso torna-se uma motivação para que a população os abandone nessas localidades. “Os índios não tinham cães e gatos e, até hoje, eles não costumam ter animais de estimação. O grande problema desse abandono é que os indígenas têm uma relação de liberdade com os animais. Então, quando os cães e gatos são abandonados, eles não prendem e também não cuidam do animal, porque nunca precisaram fazer isso”, esclarece.

Os animais abandonados também geram impactos no ambiente por serem fonte de contaminação através da eliminação de excreções e o descarte de carcaças em locais impróprios. Eles representam, ainda, um perigo para a fauna silvestre, atuando como predadores de animais em fragmentos florestais em centros urbanos e unidades de conservação permanente. Ao longo do tempo, o abandono cresce exponencialmente, pois aos poucos os cachorros doentes acabam se reunindo com outros que estão saudáveis, tendendo infectar outros cães e aumentar o número de casos na região.

 

Abandono e auxílio da população

O principal método para tentar controlar esse aumento nos números de Leishmaniose nas tribos indígenas é a erradicação do abandono de animais. No Brasil, o abandono e maus tratos de animais é um crime previsto no Art.32 da Lei Federal nº 9.605/98 sob pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição de guarda.

Em locais mais isolados como tribos indígenas, os pesquisadores projetam a instalação de câmeras de segurança para capturar e punir quem abandona os animais. Além disso, Biondo destaca que é muito importante o auxílio da população em situações como essa. “Nós precisamos trabalhar com a responsabilidade das pessoas porque quem abandona acha que está no anonimato. Esperamos que sejam implantadas as câmeras de segurança ou até mesmo que as pessoas no entorno filmem o abandono para conseguirmos amenizar esse número de casos”, conclui.

O grupo de pesquisa da UFPR distribuiu gratuitamente cem cartazes com alertas sobre o abandono para serem afixados nas 66 aldeias indígenas que compõem o Distrito Sanitário Especial Indígena – litoral sul (DSEI-SUL).

Os pesquisadores também atuam em parceria com outras instituições de ensino, com comunidades em vulnerabilidade, como acumuladores de animais, moradores de rua, população carcerária, comunidades tradicionais de pescadores em ilhas oceânicas, indígenas e quilombolas. A proposta do grupo é realizar pesquisas aplicadas e intervencionistas com populações vulneráveis, priorizando a saúde e buscando saúde única.

Leishmaniose

Conhecida como Calazar, a Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma zoonose causada por um protozoário do gênero Leishmania, que acomete os cães e que se tornam os principais reservatórios de transmissão para o homem. A doença é transmitida através da picada de mosquitos flebotomíneos, principalmente do gênero Lutzomyia, entre os quais se destaca a espécie Lutzomyia longipalpis, conhecida popularmente por mosquito-palha, birigui ou tatuquiras.

 

Por Emerson Araujo

Sob orientação de Aline Fernandes e Jéssica Tokarski

Fonte: UFPR
Comunicar erro
Jornalista Luciana Pombo

© 2024 Blog da Luciana Pombo é do Grupo Ventura Comunicação & Marketing Digital
Ajude financeiramente a mantermos nosso Portal independente. Doe qualquer quantia por PIX: 42.872.330/0001-17

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Jornalista Luciana Pombo