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Bilionário de Taiwan investe no treinamento de civis para eventual guerra com a China

Por Da Redação

02/09/2022 às 11:59:57 - Atualizado há

O bilionário taiwanês Robert Tsao diz que está investindo 1 bilhão de dólares taiwaneses (R$ 169 milhões) no treinamento de mais de três milhões de “guerreiros civis” para capacitá-los a combater em uma eventual guerra contra a China. As informações são do site The Defense Post.

Segundo o magnata, que fez o anúncio vestindo um colete à prova de balas, 60% do dinheiro servirá para treinar cidadãos capazes de colaborar com as forças armadas da ilha. Os outros 40% do investimento serviriam para treinar atiradores de elite.

Crítico ferrenho do regime chinês, Tsao afirmou que enfrentar Beijing é uma questão de sobrevivência para a sociedade taiwanesa. “A ameaça do Partido Comunista Chinês (PCC) a Taiwan está crescendo, e a luta contra (ele) representa a liberdade contra a escravidão, a democracia contra o autoritarismo e o civilizado contra o bárbaro”.

Ele destacou ainda a enorme desvantagem militar de Taiwan em relação à China, afirmando que uma invasão configuraria “um massacre intencional e um crime de guerra cruel e um crime contra a humanidade”. O exército taiwanês conta atualmente com 88 mil soldados, embora o governo trabalhe para ampliar o efetivo e o investimento em armas. Beijing tem um contingente de um milhão.

Soldados taiwaneses durante treinamento (Foto: Pxfuel/Divulgação)
Novos investimentos

No final de agosto, o governo de Taiwan havia proposta um orçamento de Defesa de 583 bilhões de dólares taiwaneses (R$ 98,8 bilhões) para o próximo ano, aumento significativo em relação a 2022. A proposta estabelece um acréscimo de 13,9% no orçamento militar, um recorde para a ilha semiautônoma.

O montante inclui fundos para a aquisição de novos caças e outros equipamentos, somente eles orçados em 108,3 bilhões de dólares taiwaneses (R$ 18 bilhões). O anúncio mostra como Taiwan continua sob o impacto da visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, que esteve na ilha no começo deste mês e mexeu com os brios de Beijing.

Taipé também trabalha para ampliar seu exército. Em março, passou a debater a possibilidade de estender o serviço militar obrigatório para um ano. Desde 2013, todos os homens acima de 18 anos são obrigados a cumprir quatro meses de serviço de formação nas forças armadas taiwanesas. Esse período, muitas vezes, é ridicularizado a ponto de ser comparado a um “acampamento de verão”.

Em agosto, o governo anunciou a intenção de aplicar outras mudanças nas suas regras de alistamento, com o objetivo de aumentar a quantidade de cidadãos aptos a servir às forças armadas. Essas novas regras afrouxariam as exigências físicas, como altura e IMC (índice de massa corporal).

Por que isso importa?

Taiwan é uma questão territorial sensível para a China. Nações estrangeiras que tratem a ilha como nação autônoma estão, no entendimento de Beijing, em desacordo com o princípio “Uma Só China“, que também encara Hong Kong como parte do território chinês.

Embora não tenha relações diplomáticas formais com Taiwan, assim como a maioria dos demais países, os EUA são o mais importante financiador internacional e principal fornecedor de armas do território. Tais circunstâncias levaram as relações entre Beijing e Washington a seu pior momento desde 1979, quando os dois países reataram os laços diplomáticos.

A China, em resposta, endureceu a retórica e tem adotado uma postura belicista na tentativa de controlar a situação. Jatos militares chineses passaram a realizar exercícios militares nas regiões limítrofes com Taiwan e habitualmente invadem o espaço aéreo taiwanês, deixando claro que Beijing não aceitará a independência formal do território “sem uma guerra“.

A crise ganhou contornos ainda mais dramáticos após a visita de Pelosi, primeiro membro da Câmara a viajar para Taiwan em 25 anos, uma atitude que mexeu com os brio de Beijing. Em resposta, o exército da China realizou um de seus maiores exercícios militares no entorno da ilha, com tiros reais e testes de mísseis em seis áreas diferentes.

O treinamento serve como um bloqueio eficaz, impedindo tanto o transporte marítimo quanto a aviação no entorno da ilha. Assim, voos comerciais tiveram que ser cancelados, e embarcações foram impedidas de navegar por conta da presença militar chinesa.

Beijing, que falou em impor “sérias consequências” como retaliação à visita, também sancionou Taiwan com a proibição das exportações de areia, material usado na indústria de semicondutores e crucial na fabricação de chips, e a importação de alimentos, entre eles peixes e frutas. Quatro empresas taiwanesas rotuladas por Beijing como “obstinadas pró-independência” também foram sancionadas.

Fonte: A Referência
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Jornalista Luciana Pombo

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