Geral entre

Museus se reinventam para ampliar público e viram ótimas "viagens" em Salvador

Por Da Redação

27/08/2022 às 11:05:19 - Atualizado há

Casa do Benin

No momento em que as restrições necessárias para o enfrentamento da pandemia foram reduzidas, a cidade reabriu ou inaugurou espaços onde é possível conhecer mais sobre nossa história e seus personagens marcantes. 

Neles, o visitante encontra peças curiosas. O que dizer do icônico figurino de Carla Perez usado na capa do CD ‘Na cabeça e na cintura’, do É o Tchan, de 1996? E que tal ler as cartas de amor trocadas entre os escritores Jorge Amado e Zélia Gattai? Não dá pra sentar, mas é emocionante ver a cadeira na qual Irmã Dulce dormiu por quase 30 anos, devido a uma promessa. 

Listamos 10 lugares para você visitar em Salvador. São locais que desfazem aquela impressão que muita gente tem de que o museu é um lugar chato e voltado apenas para intelectuais. Dentre eles, quatro são gratuitos, um pede contribuição voluntária e os demais têm descontos de meia entrada para soteropolitanos, estudantes e idosos. O museu é para todos! 

1. Acervo da Laje

São João do Cabrito, Subúrbio Ferroviário

Com uma vista para o encontro do rio com o mar, o Acervo da Laje é formado por duas residências, a Casa 01 e Casa 02, que são habitadas no térreo e possuem atividades e exposições museológicas nos andares de cima. Situados nas ruas Nova Esperança e Sá Oliveira, os espaços contam com bibliotecas, artefatos que remetem ao passado do Subúrbio, carrancas, brinquedos, fotografias, discos, placas, conchas, coleções de CDs e peças resgatadas do lixo. Sob o comando do casal de pesquisadores José Eduardo e Vilma, o museu estimula pesquisas e a ressignificação da imagem da periferia.

Acervo na Laje

(Foto: Reprodução/Instagram)

Joia do acervo: Esculturas de carrancas e máscaras africanas de Otávio Bahia.

Funcionamento: Terça a sábado, das 9h às 16h. Visitas agendadas pelo e-mail [email protected] ou Whatsapp 71 99382-8185 ou pelo direct @acervodalaje

Valor: Contribuição voluntária.

2. Museu de Arte da Bahia (MAB)  

Corredor da Vitória

Primeiro museu criado na Bahia, o MAB é público e conta com mais de 15 mil peças, entre elas mobiliários, mapas, porcelanas, joias, esculturas religiosas, pinturas e desenhos de artistas baianos e estrangeiros. Possui entrada imponente através de uma enorme porta entalhada em estilo barroco, com desenho de mascarão. A bela portada, inclusive, é tombada individualmente pelo Iphan. Rodeado por mansões de ricas famílias empresariais e políticas do estado, o prédio do MAB se faz mais aconchegante por causa das suas feiras agroecológicas todas as quintas.

Joia do acervo: tela Alegoria da República, de Manoel Lopes Rodrigues, e uma cadeirinha de arruar, na qual pessoas escravizadas eram obrigadas a carregar as ricas sinhás.

Funcionamento: Terça a sexta, das 13h às 18h. Sábado e domingo, de 13h às 17h.

Valor: entrada gratuita.

3. Museu de Arte Moderna (MAM)

Avenida Contorno

Um dos mais importantes museus do estado, o MAM reúne exposições permanentes e temporárias de artistas consagrados do Brasil e do exterior. Localizado num prédio ao pé da ladeira e debaixo de pés de mangueiras, ele tem um projeto arquitetônico que se funde com a história das experimentações da arquiteta Lina Bo Bardi, primeira diretora do museu. O complexo tem ainda um parque cheio de esculturas que podem ser vistas a partir de uma passarela que beira a baía.

Joia do acervo: escadaria projetada por Lina Bo Bardi.

Funcionamento: Terça a domingo, das 13h às 18h. Café e cinema das 13h às 20h.

Valor: Entrada gratuita.

4. Museu Cidade da Música da Bahia

Comércio

Todo revitalizado, o belo Casarão de Azulejos Azuis virou um museu com quatro andares de exposições que promovem um mergulho no passado, presente e futuro dos mais diversos ritmos da música baiana. Recém-inaugurado, o equipamento cultural conta com café, loja, biblioteca, midiateca e estúdio de gravação. Localizado do ladinho do Mercado Modelo, o museu é uma construção de 1850 que agora oferece uma experiência de contato com a história dos bairros de Salvador e suas músicas, depoimentos de artistas, memórias da MPB, samba-reggae, rock, pagode, axé e outros gêneros, além da arte da Osba.

Joia do acervo: Instrumentos de percussão fabricados por Luizinho do Jejê e sala de karaokê.

Funcionamento: Terça a domingo, das 10h às 18h (entrada até 17h). Agendamento no site. 

Valor: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

5. Museu Casa do Carnaval

Praça Ramos de Queirós, Pelourinho

O espaço abriga roupas e fantasias de artistas que são símbolos da festa mais famosa do estado. O museu oferece conhecimento sobre as fanfarras, blocos e músicos que ajudaram a formatar e reinventar o Carnaval baiano. O visitante pode viajar por esse universo através de áudios, vídeos, esculturas, dezenas de instrumentos musicais elétricos e de percussão, figurinos do grupo É O Tchan, Saulo, Cláudia Leitte, Carlinhos Brown, e ainda, um cinema interativo que ensina coreografias de canções famosas. Na cobertura, é possível avistar a Baía de Todos-os-Santos.

Joia do acervo: Figurino de Carla Perez usado na capa do CD do É o Tchan, em 1996.

Funcionamento: Terça a domingo, das 10h às 18h (entrada até 17h)

Valor: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

6. Casa do Benin na Bahia

Pelourinho

Espaço possui um acervo composto por cerca de 150 peças originárias do Golfo do Benin, uma baía da África Ocidental. Os itens foram colecionados pelo fotógrafo francês Pierre Fatumbi Verger ao longo das viagens realizadas ao continente africano, para estudar os fluxos entre Bahia e África. O local tem peças como uma miniatura de um tata somba, estilo de casa de barro do povo Batammariba, além de um récade, um tipo de cetro do antigo reino do Daomé. A Casa do Benin promove, divulga e apoia artistas baianos que têm como inspiração a arte de matriz africana.

Joia do acervo: Máscaras geledés e miniatura de casa tata somba.

Funcionamento: Terça a sábado, das 10h às 17h.

Valor: Entrada gratuita.

7. Museu Casa do Rio Vermelho

Rio Vermelho

Residência onde viveram os escritores Jorge Amado e Zélia Gattai, este espaço reúne fotos, vídeos, objetos pessoais e uma vasta coleção de itens de várias partes do mundo que transmitem para o público um pouco da trajetória dos autores. Com mais de 2 mil m², a casa possui 17 ambientes temáticos nos quais é possível acessar a intimidade dos artistas, como o quarto do casal, a cozinha, o lago dos sapos e o jardim. O acervo conta com curiosas cartas trocadas com personalidades nacionais e internacionais.

Joia do acervo: Coleção de peças de arte popular vindas das mais diversas partes do mundo, como China, Rússia e Portugal, além de cartas de amor trocadas entre Jorge e Zélia, e azulejos desenhados por Carybé.

Funcionamento: Terça a domingo, das 10h às 18h (entrada até 17h).

Valor: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Gratuito às quartas-feiras.

8. Espaço Carybé das Artes (Forte de São Diogo)

Barra

Este é um centro tecnológico de referência da vida e obra de Carybé, artista argentino que se apaixonou pela Bahia. Por meio de recursos de mídia e realidade virtual, as obras dele são apresentadas nas mais variadas técnicas e linguagens artísticas, como o gradil do MAM, os murais da Assembleia Legislativa da Bahia, Hotel da Bahia e TCA, os painéis em madeira no Museu Afro-Brasileiro, além de xilogravuras, telas, aquarelas. Através de totens e computadores, o acervo exibe mais de 500 das suas criações, permitindo um contato lúdico com elas. À noite, o forte costuma receber projeções das artes de Carybé em sua fachada.

Joia do acervo: Personagens de Carybé que ganham vida em 3D e são controlados pelo visitante.

Funcionamento: Quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h).

Valor: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Ingresso dá direito a ver o Espaço Pierre Verger. Gratuito às quartas.

9. Espaço Pierre Verger da Fotografia Baiana

Barra

O espaço homenageia o fotógrafo e antropólogo francês Pierre Verger e todo o movimento da fotografia baiana, destacando mais de 100 fotógrafos que nasceram ou fixaram residência na Bahia. O ambiente apresenta fotos de diferentes épocas, apresentando-as lado a lado para uma visão ampliada da história desta arte no estado, como retratos de personalidades importantes do passado e as selfies. Com projeções e telas interativas, é possível ver mais de 3 mil fotografias que retratam ruas e bairros de Salvador, rituais de cultos afro brasileiros, cenas cotidianas e imagens de cidades do interior da Bahia.

Joia do acervo: Fotografia tirada por Verger de Mãe Senhora, uma das mais importantes ialorixás da história do Brasil, à frente do Ilê Axé Opô Afonjá.

Funcionamento: Quarta a segunda, das 10h às 18h. 

Valor: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Ingresso dá direito a ver o Espaço Carybé. Gratuito às quartas.

10. Memorial Irmã Dulce

Bonfim e Roma

Inaugurado em 1993, um ano após a morte da freira baiana, o Memorial Irmã Dulce é uma exposição permanente sobre a trajetória de vida da primeira santa brasileira. O espaço reúne mais de 800 peças que ajudam a preservar e manter vivos os ideais da religiosa, como o hábito usado por ela, fotografias e objetos pessoais, muitos deles na cor azul, sua favorita. Já idosa e acometida por uma tosse, Dulce não quis ficar internada num hospital e pediu para ser cuidada em casa, no seu quarto, ainda hoje preservado no memorial. Já no Santuário, em Roma, fica a Capela das Relíquias, onde desde 2010 está o túmulo de Santa Dulce.

Cadeira da Santa Dulce

(Foto: Evandro Veiga/Arquivo CORREIO)

Joia do acervo: Cadeira na qual Irmã Dulce dormiu por quase 30 anos, devido a uma promessa.

Funcionamento: Terça a domingo, das 10h às 17h30.

Valor: Entrada gratuita.

TAGS Entre
Comunicar erro
Jornalista Luciana Pombo

© 2024 Blog da Luciana Pombo é do Grupo Ventura Comunicação & Marketing Digital
Ajude financeiramente a mantermos nosso Portal independente. Doe qualquer quantia por PIX: 42.872.330/0001-17

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Jornalista Luciana Pombo