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Comunidade haitiana busca melhor qualidade de vida realizando curso de educação financeira

Por Da Redação

28/07/2022 às 08:56:18 - Atualizado há

Independência financeira em um novo país

Mesmo com a necessidade de ensinar toda a população a cuidar do próprio dinheiro, no caso da comunidade haitiana, o curso tem como finalidade auxiliar o crescimento pessoal, profissional e financeiro para que possam ter uma vida econômica estável no Brasil.

“Sabemos que que está tão difícil hoje e para eles que não tem conhecimento total da região, muitos ainda enfrentam dificuldades de conversação, tem a questão de viver em um país diferente, a educação financeira vem para que observem e planejem um futuro melhor, com sonhos realizados, mais oportunidades, maior desempenho no trabalho e convívio na sociedade”, destaca Neri, além de citar que quando uma pessoa enfrenta problemas financeiros, todos os outros setores são prejudicados.

“Pensamos que um dia também fomos estrangeiros, tivemos pessoas do nosso passado que vieram de outros países, somos descendentes de italianos, alemães e outros povos e muitos foram ajudados. É natural que nós também vamos ajudar essas pessoas para que os filhos deles sejam os brasileiros de amanhã”, conclui.

O presidente da Oudes de Pato Branco, Marcelin Pierre, a frente da Associação Haitiana do município, destaca a educação financeira com um papel fundamental para a reconstrução das vidas dos haitianos no Brasil, já que a maioria está em fase inicial de outra realidade e abordar o assunto permite que administrem melhor os ganhos, controlando gastos, evitando itens supérfluos e compras por impulso, com o objetivo de economizar e investir no futuro.

De acordo com Marcelin, as aulas sobre educação financeira são realizadas aos sábados e tem duração de duas horas, nas salas de catequese da Paróquia São Pedro Apóstolo, disponibilizadas pela mesma. Já os materiais didáticos e de informática são cedidos pela cooperativa de crédito. Outra ação importante para a realização do curso foi a doação de apostilas realizada pelo Instituto Regional de Desenvolvimento Econômico Social (Irdes).

O presidente da associação aponta que todos os participantes das aulas frequentam o local com muita vontade de aprender. “Estão evoluindo a cada aula, eles sabem que a educação é a chave do sucesso na vida e a língua portuguesa é o começo de uma nova etapa para conquistar e realizar o sonho de ter uma oportunidade no mercado de trabalho”.

Para Marcelin, entender como movimentar o dinheiro é uma forma de garantir o bem-estar através de um melhor padrão de vida, “além de ajudar a tomar melhores decisões ao investir, poupar, gastar e administrar os rendimentos”.

Outras ações

Segundo o presidente, não há um censo demográfico com a quantidade exata de haitianos em Pato Branco, porém, estima-se que há aproximadamente 600 pessoas que saíram do Haiti e escolheram o município para fazer moradia.

Por isso, a Oudes busca constantemente realizar ações para inserir a população haitiana na comunidade. Atualmente há um projeto no Centro Universitário de Pato Branco (Unidep), “com o objetivo de formar acadêmicos capacitados para trabalhar no mercado de trabalho e influenciar os demais haitianos”. Palestras motivacionais também são realizadas nos encontros da associação todos os domingos. Entrega de cesta básica, fraldas, agasalhos e outros itens são feitas com frequência.

Todas essas ações são realizadas porque, de acordo com Marcelin, Pato Branco é um bom lugar para morar, apesar do alto custo de vida. “A cidade está cheia de oportunidades, o que falta é mão de obra qualificada. Cidade acolhedora e a maioria das pessoas são gente boa que amam o próximo”, afirma.

O haitiano não deixou de citar a questão do preconceito existente. “Tudo é feito de equilíbrio, existe o preconceito, mas se estamos na chuva é pra se molhar. Temos uma relação boa com as pessoas, o ideal é cada um respeitar os seus limites”, destaca.

Um ponto importante que faz com que os novos moradores escolham permanecer na cidade é a facilidade de inserção no mercado de trabalho. O presidente explica que quando um haitiano chega no município, basta fazer os documentos e participar do processo seletivo. “Sem a língua portuguesa não é fácil, mas oferecemos aulas de português e fazemos a integração dos recém-chegados, esse é um ponto importante, em conjunto com o fato de que os haitianos são bons trabalhadores e comprometidos”, finaliza.

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