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5 filmes biográficos para assistir no final de semana

Por Da Redação

22/07/2022 às 19:09:14 - Atualizado há
5 filmes biográficos para assistir no final de semana

Filmes Biográficos atualmente tendem a ser um mistério, podendo ser eternizados como grandes filmes ou completamente ridicularizados e esquecidos. Ao longo da história do cinema cada vez mais esses filmes ganham mais espaço contando histórias de diversas personalidades, sejam elas políticos, artistas ou pessoas polêmicas.

O gênero surgiu na literatura com as biografias, inclusive muitos desses filmes são adaptações de livros. A construção desses filmes vem através da dramatização dos eventos da vida de alguém, conseguindo por conta da curiosidade sobre a vida dessa pessoa ou para aprender mais sobre alguma pessoa histórica ou contexto histórico.

Ao longo dos anos diversos Filmes Biográficos receberam indicações e até mesmo foram premiados na cerimônia do Oscar como Lawrence da Arabia, que foi premiado em 1963, levando para casa 7 estatuetas incluindo a de melhor filme, ou Bohemian Rhapsody, que conta a história da banda Queen e foi indicado ao Oscar de Melhor Filme e ainda garantiu uma estatueta de melhor ator para Rami Malek. Um exemplo mais recente é o filme King Richard, que participou da premiação deste ano e rendeu a Will Smith seu primeiro Oscar contando a história de Richard Williams, pai das tenistas Venus e Serena.

Confira abaixo 5 indicações de filmes biográficos:

Resumo da matéria:

Discurso do Rei: Disponível na Hbo Max

Foto: Divulgação Hbo Max

O filme conta a história biográfica do príncipe Albert (Colin Firth) da Inglaterra, que deve ascender ao trono como George VI após a morte de seu pai. Porém, o futuro rei sofre de gagueira, o que dificulta ao fazer seus discursos. Assim, sabendo que o país precisa de um rei que saiba se comunicar perfeitamente, sua esposa, Elizabeth (Helena Bonham Carter), contrata o fonoaudiólogo Lionel Logue (Geoffrey Rush) para o ajudá-lo, e com isso uma amizade extraordinária é desenvolvida entre os dois homens.

Mesmo com uma temática de superação já vista em Hollywood, o filme tem um ótimo desenvolvimento com sua história, o que prende a atenção do espectador do início ao fim. Sem dúvidas um dos fatores que mais ajudou foi a química entre os dois atores, fazendo com que o filme se tornasse leve e saísse de qualquer clichê.

Além disso, o roteiro escrito por David Seidler traz um tom de realismo para a gagueira já que ele também passou por isso. O roteiro também entrega marcantes diálogos, principalmente entre Albert e Lionel, que tem muito humor e ao mesmo tempo muito sentimento, e acabamos conhecendo mais sobre os dois personagens em seus debates.

O filme também ganha o público através de seu protagonista, já que na primeira cena da obra somos introduzidos com um dos discursos de Albert em que a gagueira é aparente, o que acaba gerando uma empatia do público.

A fotografia do filme também traz muito sobre os personagens. A paleta de cores usa muitos tons de azul e cinza, o que gera um sentimento de melancolia e tristeza, representando a vida do príncipe Albert devido a suas enormes responsabilidades com a monarquia. Além disso, os cenários também geram essa sensação, principalmente no consultório de Lionel com as paredes descascadas e mal cuidadas que evidenciam sua situação financeira.

Falando em cenários, a direção de arte faz um ótimo trabalho ambientando uma Londres pré Segunda Guerra Mundial, como nos carros, figurinos, maquiagens e cenários, realmente transportando o espectador para aquele contexto.

E claro, as atuações do filme são um de seus maiores destaques, principalmente entre Rush e Firth que trabalham em conjunto. George Rush interpreta um fonoaudiólogo nada ortodoxo que traz diversas técnicas do teatro para ajudar o futuro rei. O ator faz um trabalho impecável trazendo um personagem muito humano e carismático, e serve quase como um refúgio para Albert.

Colin Firth, que garantiu sua merecida estatueta de melhor ator, entrega uma performance marcante e memorável de um protagonista atormentado. George VI é quieto, nervoso e explosivo por suas responsabilidades com o reino. O sofrimento do personagem com a gagueira é executado em perfeição por Firth que consegue passar a aflição do personagem para o público através de suas expressões e formas de se portar. Além disso, o roteiro do filme e o ator fazem um trabalho impressionante trazendo o futuro rei de uma forma cativante e única.

Já Helena Bonham Carter, que interpreta a Elizabeth (mãe da atual rainha Elizabeth II), traz uma personagem elegante com uma performance comovente, que de fato exala realeza, mas que ainda sim, quer mais do que tudo ajudar seu marido.

Finalizando o discurso, O discurso do Rei, mesmo sendo esquecido por muitos, é um dos mais interessantes filmes biográficos. Com impecáveis e brilhantes atuações que evidenciam a importância e o poder da comunicação, ele traz uma belíssima história de superação.

Uma Mente Brilhante: Disponível na Hbo Max

Foto: Divulgação Hbo Max

O filme acompanha a história de vida do gênio matemático John Forbes Nash Jr (Russell Crowe), que no final da década de 40 desenvolveu uma teoria que viria a revolucionar a economia nas décadas seguintes.

O longa acompanha o matemático desde a faculdade até 1994, quando ganhou o prêmio Nobel. Ele tem muitas semelhanças com os filmes: Teoria de Tudo (2014) e O jogo da Imitação (2014).

Um dos grandes méritos do filme é seu roteiro imersivo, o que dá a sensação de viver na pele do personagem. Ele faz o equilíbrio perfeito entre os feitos de Nash e suas descobertas científicas, o suspense e seu romance com Alicia (Jennifer Connelly).

O roteiro é bem elaborado, sendo inspirado na biografia homônima de Sylvia Nasar. O roteirista Akiva Goldsman faz um trabalho muito interessante e criativo na forma de retratar “certa situação” da vida de Nash pela perspectiva do mesmo – para não dar mais spoilers e estragar a experiência.

Russell Crowe traz uma de suas melhores atuações vivendo o genial matemático, o que lhe rendeu mais uma indicação à estatueta de melhor ator, porém não a levou para casa. Crowe conseguindo abordar a complexa personalidade e condição do personagem, focando nos mínimos detalhes como os gestos e tiques, o deixando ainda mais interessante e real.

Outro foco no quesito atuação é de Jennifer Connelly, que traz uma personagem cativante e apaixonante com uma performance igualmente forte e comovente. Connelly é extremamente carismática e entrega uma ótima atuação, inclusive levando para casa o Oscar de melhor atriz Coadjuvante.

O filme não inova tanto nas questões cinematográficas, mas os planos básicos usados funcionam no filme, já que destacam mais as atuações e a própria narrativa sem desvios.

Mesmo sendo um dos vencedores da estatueta do Oscar de Melhor Filme que causaram polêmicas, por ter tirado o Oscar de Senhor dos anéis – a sociedade do anel, Uma Mente Brilhante é um filme que consegue condensar a vida de um gênio em um longa, com um roteiro criativo e brilhantes atuações.

Spencer: Disponível na Amazon Prime

Foto: Divulgação Amazon Prime

O longa acompanha Lady Diana Spencer (Kristen Stewart) durante um final de semana natalino com a família real.

A trama foca bastante principalmente na relação de Diana com Charles, acompanhando alguns dos dias decisivos para o final do relacionamento, e com seus filhos, que são muitas vezes esquecidos nas obras sobre a princesa. O longa coloca o espectador na cabeça de Diana, conseguindo passar a angústia, agonia e a ansiedade da vida da princesa, por conta da família real e as muitas regras desse mundo.

Spencer tem um roteiro muito imersivo trazendo quase um filme de terror ao mostrar os diversos traumas passados pela princesa, conseguindo trazer mais um ponto de vista da vida de Diana, algo difícil já que a vida privada e pública da princesa eram muitas vezes confundidos.

Apesar das diversas críticas Kristen Stewart entrega uma convincente performance como princesa Diana. A atriz traz uma atuação extremamente humana, deixando evidente as pressões vividas diariamente pela princesa. Além disso, Stewart traz a Diana mãe de William e Harry em cenas que emocionam e mostram o lindo relacionamento que ela tinha com os filhos e como eles são o “único” elo que ela tem com a família real. As expressões de Stewart funcionam muito bem com a personagem conseguindo passar toda a angústia de Diana. E essa agonia fica ainda mais explícita já que é possível ver uma felicidade sincera nos momentos em que Lady Di está com seus filhos.

A fotografia do filme também merece destaque utilizando um filtro que transporta o espectador para os anos 90 e ainda se aproveita do tempo fechado da Inglaterra para criar uma atmosfera melancólica que faz referência a situação em que a personagem se encontra. Já as cenas filmadas nos ambientes internos remetem a pinturas e conseguem trazer ainda mais sentimentos e dramatizar ainda mais a trama. Os figurinos também chamam muita atenção com Diana usando lindos conjuntos e vestidos que estavam em alta na década de 90.

Spencer é um filme intimista e sensível que traz uma mulher sonhadora e forte, impedida de ser ela mesma.

Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal: Disponível na Netflix

Foto: Divulgação Netflix

O longa acompanha Liz (Lily Collins), uma mãe solteira, que se apaixona por um homem chamado Ted Bundy (Zac Efron), que anos após se relacionar com Liz passa a ser investigado pelo sequestro e assassinato de diversas mulheres.

O longa traz a história real de Ted Bundy, um assassino em série que matou mais de 30 mulheres nos Estados Unidos durante a década de 70, que se utilizando de sua boa aparência para enganar suas vítimas. O longa é contado pelo ponto de vista da namorada de Bundy, Liz, que por muitos anos se recusa a aceitar que ele teria cometido os horrendos crimes.

Essa escolha traz a obra uma sensação de agonia e angústia colocando o telespectador na pele das pessoas próximas de Bundy na época dos assassinatos. Ainda sim, o longa deixa explícito que Ted Bundy cometeu os assassinatos.

A montagem do filme faz uso de flashbacks e cenas de jornais que deixam o filme mais dinâmico e ainda mais vívida, com uma maior uma sensação de horror. Dessa forma, também, ele consegue prender a atenção do público do começo até o fim. A fotografia do longa também é muito interessante fazendo referência a década de 70 com muito uso de tons terrosos e amarelados.

E um dos principais pontos fortes do filme são as atuações. Lily Collins traz uma performance sensível, forte e convincente, entregando com perfeição as inseguranças de uma mãe solteira na década de 70 e todos os seus sentimentos em relação à Bundy.

Mas quem se destaca no longa é Zac Efron. A escolha de Efron como o assassino foi um dos grandes acertos da produção já que por ter feito parte da infância de muitos – com filmes como High School Musical – sua presença faz referência justamente com o que o filme quer passar, que é a dúvida que aqueles próximos de Bundy sentiam em relação aos crimes crimes. Zac Efron encarna um carismático e charmoso Ted Bundy mostrando com perfeição as táticas usadas pelo assassino e o motivo pelo qual tantas pessoas duvidaram de seu julgamento. Ainda que confiante, Efron entrega um personagem que muitas vezes se perde nas próprias mentiras, em diversos momentos quase sendo pego no pulo.

Bruto e assustador, Ted Bundy – A Irresistível Face do Mal, traz um novo ponto de vista de uma história conhecida que ainda sim consegue arrepiar e surpreender.

Elvis: Disponível nos cinemas

Foto: Divulgação Warner

O longa traz a história do Rei do Rock Elvis Presley (Austin Butler) desde sua ascensão até seu auge, explorando, principalmente, sua relação com seu empresário Coronel Tom Parker (Tom Hanks) com quem manteve um relacionamento conturbado por mais de 20 anos.

Apesar da obra trazer a história de Elvis a narrativa é contada pelo ponto de vista de Tom Parker. Essa escolha não só trouxe uma trama mais íntima e inovadora, como também controversa, já que para alguns Parker criou Presley e para outros ele foi a razão da morte do cantor. O próprio longa brinca com isso trazendo em seus primeiros momentos Tom Parker rebatendo aqueles que o consideram vilão da história e trazendo alguns momentos em que a narração do personagem do empresário não bate com aquilo que é mostrado na tela.

Por trazer a visão do Coronel acompanhamos a visão dele a respeito da fama de Presley. Um exemplo disso são as reações do público ao ouvir Elvis, principalmente em sua primeira performance do longa em que a plateia, em grande maioria feminino, vai a loucura ficando quase que hipnotizadas pelo garoto.

O filme tem um ritmo bem frenético que faz referência com a própria vida do cantor, principalmente os momentos finais onde Presley apresentou diversos shows seguidos e acabou sendo internado por conta da exaustão e abuso de drogas. O filme ainda brinca com diversos elementos como divisão da tela que deixam a obra ainda mais dinâmica. Apesar dessa caoticidade o longa consegue prender a atenção do espectador do começo até o final graças a experiência cinematográfica completamente imersiva.

O roteiro do filme é muito interessante e cheio de vida, trazendo uma narrativa maravilhosa da vida do cantor. O longa traz a infância difícil de Elvis quando seu pai foi preso e ele e a mãe foram despejados de sua casa, e acabaram se mudando para um bairro habitado em sua maioria por pessoas negras. Com isso a obra deixa explícita a enorme influência e a base musical que a música negra como o jazz e o blues trouxeram para o cantor. Além disso o longa ainda dá breves pinceladas sobre a segregação racial, que era muito forte durante a carreira de Elvis.

Além disso, o roteiro é muito criativo mostrando a passagem do tempo através de eventos como mortes de pessoas importantes como Martin Luther King ou a ascensão dos Beatles para contextualizar o público sobre a época. Esses elementos são inseridos na trama de maneira natural através de conversas – que são essenciais para o filme – ou por sons ao fundo de uma cena em uma televisão ou rádio.

O longa é muito grandioso e exagerado num bom sentido, incorporando a própria essência e talento de Elvis Presley. O diretor, Baz Luhrmann, tem fama de fazer filmes muito exagerados e em Elvis ele acerta a quantidade. Ao retratar o rei do rock o diretor traz grandes cenários, figurinos, maquiagens e um verdadeiro show em uma experiência cinematográfica muito imersiva. E parte disso é retratado pela impecável sonoplastia do longa que transforma o cinema em um verdadeiro show.

E claro, o longa se destaca muito por conta de suas excelentes atuações. Austin Butler incorpora o Rei do Rock de uma maneira fascinante e impressionante, desde seus movimentos e jeitos até no tom de voz. Inclusive durante a fase jovem do cantor é o próprio Butler quem canta as músicas. A performance do ator rouba qualquer holofote já que ele não imita Elvis, e sim, se torna ele. O ator ainda se atenta até os mínimos detalhes trazendo com perfeição as mudanças vividas pelo cantor ao longo dos anos. Butler realiza uma performance humana conseguindo encarnar o protagonista não só em seus momentos no palco performances mas também nos momentos íntimos e baixos da vida de Elvis.

E Tom Hanks surpreende como sempre, dessa vez vivendo um vilão, algo que não é comum para o ator. Hanks traz uma convincente performance de um homem ganancioso e muito bom de lábia disposto a tirar o que puder de Elvis. O ator traz um personagem complexo e muito interessante, conseguindo impactar até pelo olhar.

O filme ainda conta com grandes atuações de Helen Thomson, que interpreta a mãe de Elvis, e Olivia DeJonge como Priscilla Presley. Thomson entrega uma mãe muito protetora de seu filho, até por tudo que já passou com ele. A atriz impressiona em momentos sofrendo com a infelicidade de seu filho. Já DeJonge traz uma Priscilla Presley cheia de personalidade, que mesmo com pouco tempo de tela, ainda consegue entregar uma performance marcante.

Elvis é sem dúvidas um dos grandes filmes do ano, e muito provavelmente comparecerá a diversas premiações – principalmente Butler por sua performance. O longa impressionando desde seus pequenos detalhes e conquistando qualquer público com uma maravilhosa experiência cinematográfica. O longa consegue reviver e eternizar, mais uma vez, um dos grandes artistas da história.

Por Carolina Genez com supervisão de Angela Luvisotto

Fonte: BandNews
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