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EUA dizem que massacre da Praça da Paz Celestial "não será esquecido"

Por Da Redação

06/06/2022 às 23:01:33 - Atualizado há

Assunto proibido na China continental, o massacre da Praça da Paz Celestial, em Beijing, completou 33 anos no sábado (4). Se por lá o assunto é vetado pelo governo, os Estados Unidos aproveitaram a data para lembrar o episódio histórico, dizendo que a repressão aos manifestantes “nunca será esquecida” e que a busca pela democracia hoje ecoa em Hong Kong. As informações são da agência catari Al Jazeera.

Em 4 de junho de 1989, o exército chinês repreendeu fortemente um protesto de manifestantes pró-democracia, vistos como ameaça ao domínio do Partido Comunista Chinês (PCC). Segundo a BBC, o número de mortos e feridos pode chegar a dez mil pessoas.

“Os esforços desses corajosos indivíduos não serão esquecidos”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em comunicado alusivo ao episódio na Praça da Paz Celestial. “Para o povo da China e para aqueles que continuam a se opor à injustiça e buscam a liberdade, não esqueceremos o 4 de junho”.

A área da praça após o massacre, em junho de 1989 (Foto: Wikimedia Commons)

Ele acrescentou que aqueles que defenderam os direitos humanos e as liberdades fundamentais merecem ser lembrados. “Embora muitos não sejam mais capazes de se manifestar, nós e outros ao redor do mundo continuamos a defendê-los e apoiamos seus esforços pacíficos para promover a democracia e os direitos dos indivíduos”.

Centenas de milhares de estudantes e trabalhadores haviam se reunido para lamentar a morte do secretário-geral do PCC, Hu Yaobang. Porém, o evento pacífico logo se transformou em um movimento por maior transparência, reformas e democracia. O exército foi mobilizado para dispersar a multidão e agiu com armas de fogo e tanques de guerra. 

Os envolvidos no incidente foram considerados pelo regime como “contrarrevolucionários”. De lá para cá, a discussão pública sobre a repressão se tornou um tabu no continente.

Hong Kong e Macau são os únicos lugares na China onde é legalmente possível realizar atos em lembrança ao massacre. Nessas regiões, há política do “um país, dois sistemas” usada para balizar a devolução desses territórios, ex-colônias do Reino Unido e de Portugal.

Em Hong Kong, no entanto, o grupo da sociedade civil que organizou a vigília foi dissolvido e alguns de seus líderes hoje enfrentam acusações criminais desde que Beijing pôs em vigor a lei de segurança nacional, em junho de 2020. Entre eles ativistas proeminentes como Jimmy Sham e Figo Chan. Temendo a perseguição, mais de 30 grupos da sociedade civil foram desfeitos.

A medida do território semiautônomo classifica e criminaliza qualquer tentativa de “intervir” nos assuntos locais como “subversão, secessão, terrorismo e conluio”. Infrações graves podem levar à prisão perpétua. A medida veio na esteira de uma série de protestos contra o aumento do domínio chinês sobre Hong Kong.

Neste ano, a polícia local alertou as pessoas contra a realização do evento e, na noite de sexta-feira (3), isolou a área. Na visão de grupos de direitos humanos, a lei de segurança “dizimou” os direitos e liberdades de Hong Kong.

Já as autoridades creditam à legislação a restauração da “estabilidade” do território após meses de manifestações populares em 2019, que começaram com protestos em massa em oposição a uma lei planejada de extradição continental e evoluíram para um apelo mais amplo por reforma política.

Fonte: A Referência
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