Polícia ALMIRANTE TAMANDARÉ

Caso envolvendo três jovens que apanharam em balada de Tamandaré não é isolado

Diversas supostas vítimas entraram em contato com o blog relatando outros casos de violência

Por Luciana Pombo

21/05/2022 às 12:56:43 - Atualizado há
Luciene Hellen

Muitos casos de violência dentro do Rancho Sertanejo não chegaram a virar Boletim de Ocorrência. As supostas vítimas, que entraram em contato com o Blog da Luciana Pombo e com a Rádio e TV Tamandaré, tiveram medo de relatar as ocorrências às autoridades porque o local é administrado por vereador e tem como seguranças policiais militares – o que é vetado por lei. "Se um policial trabalha nas horas do contraturno, isso é ilegal, o caso deve ser denunciado e o policial punido. Já no caso em que policiais favorecem determinadas regiões, comércios ou moradores, a situação é ainda mais grave, implica em corrupção, é desvio de conduta", disse em nota a Secretaria de Estado de Segurança Pública.

O morador Willian Tuina disse que no mês passado, um segurança quebrou o braço do vizinho dele. Camila Ferreira, mulher e grávida, foi agredida – segundo ela – pelo DJ Lenha (que protagonizou o caso de violência contra três jovens há uma semana no Rancho Sertanejo, com a ajuda de dois seguranças). A agressão teria ocorrido na frente dos seguranças, que nada fizeram. "Fui atrás do Dennys Moraes (vereador) e ele me ignorou. Enfim, isso não vai dar em nada porque eles passam o pano", relatou ela.

A irmã de grávida que teria sido agredida no Rancho, Evelyn Isalino, cobrou do vereador Dennys Moraes a agressão sofrida pela irmã e pediu providências. Foi bloqueada no whatsapp e no facebook. Valdenir Pacheco, em sua rede social, contou que este não é o primeiro caso, nem será o último no local. "São vários casos e ninguém tem peito de levar o caso em frente. Terra sem lei, onde quem pode mais, chora menos. E onde o dinheiro fala mais alto".

Aline Daiane contou que o amigo dela foi agredido lá e teve o maxilar quebrado. "Tudo acabou em pizza. Ele fez a cirurgia, gastou com medicamentos. E o que mais a gente vê é que cada vez mais as agressões estão acontecendo lá. É lamentável", disse ela.

A moradora e frequentadora Simone Correa denunciou que os seguranças são policiais. A denúncia foi confirmada por Marcelo Pereira Machado (conhecido na cidade como "Marcelo da Frota"): "meu irmão também foi agredido lá por uma policial segurança desse local. As atrocidades contra os frequentadores deveriam ser evitadas. Melhora para os rapazes (os três agredidos)! É bom lembrar que é proibido por lei que policiais façam segurança particular. Mas lei, infelizmente, só existe para o povo".

Tiago Cezar Rezende também sofreu com as agressões. Mas contra o filho: "meu filho também foi agredido pelos seguranças deste local. Não recomendo ninguém ir lá", disse. A empresa que faz a segurança no local é a Tetra Seg Vigilância e Monitoramento - que ganhou, sem licitação, um contrato de prestação de serviços para manutenção de computadores na Câmara Municipal. Cabe lembrar que o administrador da balada que é vereador é também vice-presidente da Casa de Leis.

Inquérito Policial – O caso dos três garotos que denunciaram as agressões na semana passada já está na delegacia de Polícia Civil. O laudo de corpo e delito teria confirmado as agressões e as primeiras testemunhas já foram chamadas para dar depoimento. As oitivas começam na segunda-feira.


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