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Projeto de lei que pode beneficiar pacientes de Lúpus tem origem em estudos da UEL

Por Da Redação

05/05/2022 às 16:34:31 - Atualizado há

Estudos realizados desde 2009 no Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UEL, envolvendo fatores de risco associados à suscetibilidade e gravidade do Lúpus, embasaram um projeto de lei que poderá beneficiar os cerca de 3 mil pacientes de Londrina que sofrem com a doença. A proposta é que pacientes cadastrados e em tratamento em unidades de saúde do município possam ter acesso a protetor solar gratuitamente, por meio de política pública desenvolvida junto à Secretaria Municipal de Saúde. O projeto foi apresentado esta semana por iniciativa da vereadora Sônia Gimenez, assinado por demais colegas, e deve ir a plenário já nas próximas semanas.

O Lúpus é uma doença autoimune, mais frequente em mulheres, caracterizada pela formação de anticorpos que agem contra os próprios tecidos do corpo e que acomete 0,5% da população. Trata-se de uma doença que não tem cura e que traz sérios impactos na qualidade de vida do paciente, com inflamações em órgãos vitais como coração, rins, além de problemas na pele e nas articulações.

Professora Andréa Name Colado Simão, do Departamento de Patologia, Análises Clínicas e Toxicológicas, do CCS, na Câmara de Londrina, na última terça-feira (3). A pesquisadora acumula mais de 100 artigos publicados sobre a doença.

10 de maio é dedicada aos doentes de lúpus

O projeto de lei é resultado de uma intervenção realizada na última terça-feira (3), durante sessão da Câmara de Vereadores, como parte do “Dia Mundial de Atenção aos Doentes de Lúpus”, lembrado em 10 de maio, conforme prevê a Lei Municipal 14.128/2014, de autoria da ex-vereadora Elza Correa. Com o objetivo informar as consequências e o tratamento, a professora do Departamento de Patologia, Análises Clínicas e Toxicológicas, do CCS, Andréa Name Colado Simão, participou como convidada da sessão, juntamente com representantes da Associação Feminina É Hora de Viver.

Segundo a professora Andréa Name, que tem mais de 130 artigos científicos publicados sobre Lúpus e demais doenças autoimunes, somente no Hospital Universitário da UEL cerca de 350 pacientes são acompanhados pelos pesquisadores e profissionais de saúde. Segundo ela, uma das características do Lúpus são as crises, que desencadeiam inflamações e internações frequentes. Por causa dessa condição, muitas pessoas têm dificuldades em manter uma vida ativa. A principal orientação ao paciente é sempre evitar o sol, que desencadeia vários problemas graves.

Dessa forma o protetor solar fator 30 é indicado como parte do tratamento porque evita a absorção da radiação solar, que pode provocar lesões na pele. “O sol é um gatilho para o processo inflamatório”, explica a pesquisadora. Segundo ela, o simples uso do protetor implica em menos hospitalizações e consequentemente reduz o uso de medicamentos, a grande maioria cedidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Entendemos que o repasse do protetor solar é uma ação barata perto do custo total do tratamento”, detalha. Outros municípios brasileiros já instituíram política do gênero, como forma de prevenir internações e para melhorar a qualidade de vida desses pacientes.

Para a vereadora Sônia Gimenez, o convite à pesquisadora da UEL e aos representantes da Associação É Hora de Viver teve o objetivo de dar visibilidade à causa do paciente de Lúpus, por conta do 10 de maio e considerando a lei municipal. Ela explica que, paralelamente ao projeto de lei, enviou sugestão ao deputado federal Luciano Ducci, para que possa pensar uma lei federal nos mesmos moldes. “Entendemos que trata-se de um investimento muito pequeno para um grande benefício”, finaliza ela.

(FOTOS: Devanir Parra/Câmara de Londrina).

Fonte: O Perobal
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