O chefe da agência espacial russa (Roscosmos), Dmitry Rogozin, confirmou que a Rússia deixará a Estação Espacial Internacional (ISS). Rogozin não deu uma data para a saída do país do posto avançado, mas garantiu que isso deve acontecer dentro de dois anos ou menos.
Segundo Rogozin, o motivo da saída são as sanções aplicadas à Rússia em decorrência da invasão à Ucrânia. “A decisão já foi tomada, não somos obrigados a falar sobre isso publicamente”, declarou o chefe da Roscosmos à emissora de TV estatal russa Rossiya-24.
Aviso prévio de um ano
O chefe da Roscosmos colocou o tempo para saída da Rússia da ISS como uma espécie de “aviso prévio”, que deve durar pelo menos um ano. De acordo com Rogozin, esse tempo será usado para que a Rússia possa “cumprir com suas obrigações” dentro da ISS.
Apesar das sanções acelerarem as coisas, a Rússia já não tinha intenção em se manter envolvida com a ISS para além de 2024. No momento, a agência espacial dos Estados Unidos (Nasa) e os outros parceiros internacionais que colaboram com o projeto esperam conseguir estendê-lo até pelo menos 2030.
Leia mais:
- Missão SpaceX Crew-4 chega à Estação Espacial Internacional
- Cosmonautas colocam em funcionamento novo braço robótico da ISS
- Conheça alguns dos experimentos científicos lançados na missão SpaceX Crew-4
A saída da Rússia da ISS já vinha sendo anunciada desde o início do mês, quando Rogozin declarou em sua conta no Twitter que a Roscosmos não mais colaboraria com a Nasa na ISS até que sanções internacionais à Moscou, que foram levantadas depois da invasão à Ucrânia, fossem retiradas.
Vai sair mesmo?
Porém, apesar das ameaças de Rogozin, as atividades na ISS permanecem normais desde o início da guerra na Ucrânia. Neste período, inclusive, em meados de março, pelo menos três cosmonautas russos chegaram ao posto avançado.
Além disso, um dia antes da entrevista de Rogozin à Rossiya-24, o chefe da Roscosmos passou uma mensagem um tanto quanto ambígua, ao dizer que enviaria algumas propostas da Roscosmos para cooperação com a ISS para depois de 2024 ao presidente Vladimir Putin.
Entre esses planos estão os testes de voos de órbita única para ISS pela espaçonave Soyuz em 2023 e 2024. Atualmente, a espaçonave russa precisa fazer pelo menos quatro órbitas terrestres para poder chegar ao posto avançado.
Via: Live Science
Já assistiu aos novos vídeos no YouTube do Olhar Digital? Inscreva-se no canal!
Olhar Digital