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Autoritarismo vertiginoso exige resposta mais vigorosa, avaliam especialistas

Por Da Redação

20/03/2022 às 14:01:39 - Atualizado há

Em meio à vertiginosa ameaça de governos autocratas ao redor do mundo, Estados Unidos e outras democracias deveriam somar esforços para buscar novas soluções para conter a sanha beligerante de alguns líderes. Haja vista o que está acontecendo na Ucrânia. É o que sugere artigo publicado pela rede Radio Free Asia.

O autoritarismo crescente e outras questões que envolvem políticas linha-dura que impactam no bem-estar social de diversos povos foram colocadas em pauta durante uma audiência do Comitê de Relações Exteriores do Senado intitulada “Combate ao autoritarismo: ferramentas e respostas dos EUA”. O encontro reuniu funcionários do Departamento de Estado e outros especialistas em política externa, que se debruçaram sobre os desafios impostos pela mudança de peças no tabuleiro geopolítico.

“Nas últimas duas décadas, surgiu um novo tipo de sistema de apoio autoritário do século 21”, disse em sua fala na abertura do evento o presidente do comitê, Bob Menendez, democrata de Nova Jersey. “Em vez de trabalhar em isolamento despótico, os líderes autoritários operam por meio de redes de novos mecanismos financeiros cleptocratas, profissionais de desinformação e uma série de serviços de segurança para proteger uns aos outros das pressões democráticas e garantir seus autocratas repressivos da Venezuela a Cuba, Belarus e Mianmar“, analisou.

Protesto em Mianmar contra o Golpe Militar, fevereiro de 2021 (Foto: WikiCommons)

Menendez sugeriu combater o que definiu como uma “complexa teia de cleptocracia que sustenta autocratas de todo o mundo”.

“Devemos cortar sua força vital e prejudicar sua capacidade de proteger uns aos outros das sanções. Devemos combater o autoritarismo digital, incluindo propaganda de desinformação e censura usada para subverter os princípios democráticos e promover os interesses dos autocratas”, acrescentou.

Irã e China foram citados pelo senador Jim Risch, do Estado de Idaho, o principal nome republicano no painel, tidos por ele como os exemplos mais escancarados de regime mão-de-ferro. Depois, na opinião do político, viriam Venezuela, Coreia do Norte e Zimbábue.

“Claramente, os Estados Unidos e nossos aliados precisam intensificar nosso jogo contra esses regimes”, disse ele. “O governo Biden fez do apoio à democracia um ponto focal de sua política externa”.

A ofensiva militar da Rússia no território do país vizinho orquestrada por Vladimir Putin, ao lado das ambições chinesas em redefinir as normas globais ao bel prazer do próprio autoritarismo, ilustram a necessidade de Washington lançar medidas voltadas para estancar a ameaça totalitária, defende Uzra Zeya, subsecretária de segurança civil, democracia e direitos humanos no Estado Departamento.

“Em todo o mundo, o autoritarismo – possibilitado pela queda livre econômica, desigualdade, alienação e, mais recentemente, pandemia – ameaça governos e sociedades democráticas”, disse Zeya.

Em meia a essa atmosfera, segundo o artigo, “os EUA estão alinhados com seus aliados para combater o imediatismo do ataque autocrático da Rússia e a crescente influência da China, enquanto reinvestem em alianças para garantir segurança, prosperidade e liberdade para os americanos e o resto do mundo”.

Desinformação e opressão

A desinformação foi citada por Jennifer Hall Godfrey, alta autoridade do Departamento de Estado para diplomacia e assuntos públicos, como um dos principais riscos aos interesses globais dos EUA e de outras nações. Para ela, as campanhas de notícias falsas são usadas por governos autocratas para “mentir para seu próprio povo e explorar a liberdade de expressão e a mídia independente para promover desinformação em sociedades mais abertas”.

“Não é suficiente expor desinformação e propaganda estrangeira”, disse Godfrey. “Também devemos envolver o público global com informações honestas e confiáveis”

Daniel Twining, presidente do Instituto Republicano Internacional em Washington, Twining observou a repressão da China na região de Xinjiang como um exemplo de sua tendência autoritária.

“O sofrimento contínuo do povo uigur de Xinjiang – e a fraqueza da resposta da comunidade internacional ao que os tribunais independentes determinaram ser um genocídio contínuo – mostram que, pelo menos de uma maneira importante, a China já conseguiu construir um novo mundo, mesmo que muitas pessoas em Washington e outras capitais mundiais ainda não perceberam isso”, disse ele.

Fonte: A Referência
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