Geral Destaque

Pompeo alerta que inércia dos EUA pode encorajar Xi Jinping a atacar Taiwan

Por Da Redação

15/03/2022 às 17:17:25 - Atualizado há

O ex-secretário de Estado do governo Trump, Mike Pompeo, declarou no domingo (13) em entrevista à rede norte-americana Fox News que o líder chinês Xi Jinping está “observando” a forma como os EUA vêm lidando com sua política externa em meio ao conflito na Ucrânia. Segundo ele, se Washington não ajudar Taiwan a se defender, Xi será “encoraja” cada vez mais a invadir o território semiautônomo.

Falando ao programa Sunday Morning Futures, na primeira conversa com a imprensa desde que voltou de uma visita de quatro dias à ilha, Pompeo cutucou o governo Biden, dizendo que o país está “atrasado” em ajudar Kiev e que há “uma enorme hesitação”.

“Sabíamos há meses que [o presidente russo] Vladimir Putin estava construindo forças e aumentando a capacidade. Deveríamos estar ajudando os ucranianos a construir forças e capacidade, mas chegamos muito tarde, fomos muito lentos, muito pequenos a cada passo”, observou o ex-secretário.

O ex-secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em visita a embaixada norte-americana em Viena, na Áustria, em agosto de 2020 (Foto: U.S. Embassy Viena/Alexander Schallenberg)

Durante a viagem à Ásia, Pompeo esteve em agenda com altos funcionários do governo de Taiwan, incluindo encontro com a presidente Tsai Ing-wen e o vice William Lai, quando recebeu uma distinção por promover os laços Taiwan-EUA.

De lá, Pompeo trouxe as impressões de que é crescente o medo de uma invasão chinesa ao território taiwanês, que poderia ser o próximo conflito no caso de Beijing acabar encorajada com o exemplo de Moscou e seus ataques aos ucranianos.

“Todo mundo sabe que eles [os taiwaneses] nunca fizeram parte da China continental, da China comunista. Eles não querem ser”, observou. “Deveríamos estar fazendo as coisas que não fizemos no verão passado para o povo ucraniano, deveríamos estar fazendo para Taiwan. O governo Trump fez isso. Trabalhamos diligentemente para fornecer sistemas de armas aos taiwaneses”, lembrou Pompeo.

Segundo ele, a nação insular está preparada para fazer o trabalho duro. Porém, precisará contar com o apoio de Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul. “Os países do sudeste asiático estão todos preocupados. Eles sabem que Xi Jinping está assistindo”, alertou Pompeo.

O ex-chefe da diplomacia norte-americana também fez menção à retirada das tropas dos EUA e aliados de Cabul, dizendo que Xi Jinping assistiu “à América abandonar o Afeganistão de uma maneira desastrosa”. Ele criticou o que definiu como um “esforço frenético” de evacuação da capital afegã quando o Taleban assumiu grande parte do país, citando a morte de 13 militares após a explosão de um bomba perto de um posto de controle do aeroporto.

Beijing atacou Pompeo por suas declarações, chamando-o de “um ex-político cuja credibilidade faliu”. “Os delírios selvagens e absurdos desse tipo de pessoa nunca prevalecerão”, disse em coletiva de imprensa o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin.

Por que isso importa?

A invasão da Ucrânia pela Rússia colocou em alerta Taiwan, que luta para ter reconhecida sua independência enquanto é reivindicada pela China como parte de seu território. Em meio aos temores de que Beijing venha a emular os russos e invadir a ilha, o presidente norte-americano Joe Biden anunciou no final de fevereiro o envio a Taipé de uma delegação composta por oficiais do setor de defesa. 

O conflito no Leste Europeu aqueceu o debate em torno da posição dos EUA em relação ao território taiwanês, com críticas à “ambiguidade estratégica” de Washington, que é o mais importante aliado da ilha, embora oficialmente a reconheça como território chinês.

Alguns legisladores norte-americanos, entre eles o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, o democrata Adam Schiff, cobram maior clareza do governo quanto à obrigação de defender militarmente a ilha em caso de um eventual ataque de Beijing.

Taiwan é uma questão territorial sensível para os chineses. Relações exteriores que tratem o território como uma nação autônoma estão, no entendimento de Beijing, em desacordo com o princípio defendido de “Uma Só China“, que também encara Hong Kong como parte do território chinês.

Fonte: A Referência
Comunicar erro
Jornalista Luciana Pombo

© 2024 Blog da Luciana Pombo é do Grupo Ventura Comunicação & Marketing Digital
Ajude financeiramente a mantermos nosso Portal independente. Doe qualquer quantia por PIX: 42.872.330/0001-17

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Jornalista Luciana Pombo