Um médico foi afastado de suas funções por decisão judicial liminar a partir de solicitação do Ministério PĂșblico do ParanĂĄ. O pedido de afastamento foi feito em ação civil pĂșblica ajuizada pelo Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio PĂșblico e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria). O caso foi registrado em Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro do estado.
Conforme apurado pelo MPPR, o médico – que atendia no Hospital Regional do Norte Pioneiro – teria cometido, ao longo de vĂĄrios anos, inĂșmeros casos de violĂȘncia obstétrica contra dezenas de vĂtimas. No ano passado, o Gepatria expediu recomendação administrativa orientando para que o profissional de saĂșde fosse dispensado, por indĂcios de que teria sido contratado irregularmente (sem possuir especialização exigida para a função). A divulgação de uma matéria jornalĂstica a respeito suscitou então, em uma rede social, a manifestação de centenas de mulheres que teriam sido vĂtimas dele.
Procedimentos sem anestesia
A partir disso, o Ministério PĂșblico instaurou procedimento investigatório criminal para apurar os possĂveis delitos, ouvindo 24 vĂtimas ou testemunhas dos casos de violĂȘncia obstétrica cometidos pelo investigado. Os relatos, aponta o MPPR na ação civil pĂșblica, assemelham-se ao de um "verdadeiro filme de terror": foram narradas diversas atitudes indevidas, incluindo casos de violĂȘncia verbal e fĂsica (como amarração das pernas e procedimentos cirĂșrgicos realizados sem anestesia ou antes que ela fizesse efeito) que causaram abalo psicológico nas parturientes.
D.ARede