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BMW apresenta iX, mais luxuoso veículo elétrico disponível nas concessionárias do Brasil


Quando, em janeiro passado, a BMW iniciou o processo de pré-vendas do seu elétrico iX no Brasil, as 30 unidades oferecidas se esgotaram em 12 horas. Então, as pessoas foram na fé: não tinham muito mais informação que fotos, mas compraram mesmo assim, dando R$ 50 mil pela reserva.

Foi um sucesso antes de começar sua carreira. E agora a gente sabe o que eles vão receber por isso.

O que conta mais é o interior

Apresentado ontem oficialmente ao público brasileiro, o BMW iX não é o carro elétrico mais caro do Brasil, nem o BMW mais caro. A linha e-Tron da Audi custa mais, da BMW brasileira, carros a combustão interna como o ultraluxuoso X7 e os esportivos de performance M3 estão numa faixa acima. Mas as novidades únicas e o interior fazem merecer o título de elétrico mais luxuoso nas concessionárias.

O valor é R$ 654.950 ou R$ 799.950. A diferença é entre as versões XDrive 40 e XDrive 50, que variam em motorização e bateria.

Por fora, há uma SUV de tamanho grande, mas não descomunal, linhas modestamente agressivas, e uma grade ostensivamente de plástico, sem vergonha de ser elétrico, como os outros da marca.

BMW iX apresentado no Brasil (Imagem: Divulgação)

O impacto maior mesmo está ao abrir a porta. O luxo transparece ao primeiro olhar, com seus bancos de couro tratado com azeite de oliva, com detalhes em alumínio, madeira e fibra de carbono, um tablet contínuo ultra-wide, que tanto traz o painel tradicional quanto a interface do carro.

Panorama do interior do BMW iX (Imagem: Divulgação)

Diferenças entre o BMW iX 40 versus 50

O BMW iX 40 tem uma bateria de 76,6 kWh, em contrsate com a de 111,5 KWh no 50. Isso dá, respectivamente, para 425 km ou 630 km de autonomia prevista.

A BMW entrega com o carro um carregador BMW Wallbox Essentials, de 22 kWh, ainda que o carro seja limitado a 11 KWh AC, o que significa por volta de 7 a 11 horas de carregamento total, dependendo da versão. Também tem um kit para carregamento em diversas opções, que pode puxar, de uma tomada comum, a 1,8 kWh, o que dá para o gasto no dia-a-dia da cidade.

O iX, em qualquer versão, é movido por dois motores de indução rotatórios, num na frente, outro atrás. Quer dizer que eles não usam de ímãs fixos, o que leva a uma manutenção mínima – na apresentação, técnicos da BMW compararam com motores elétricos industriais, que podem passar décadas sem precisar de manutenção.

O xDrive 40 produz 360cv , 630 Nm de torque. O xDrive 50, 523 cv e 765 Nm. Isso rende uma aceleração de 0 a 100 km/h de 6,1 segundos e 4,6 segundos. A máxima de ambos é limitada a 200 km/h.

Controle mágico

Uma das coisas mais inusitadas sobre o interior é como a interface funciona. A BMW diz que o iX tem “shy tech”, tecnologia tímida, coisas que só aparecem quando requisitadas. E, ainda que o volante tenha ainda um número considerável de botões, a forma como é feita para ser operada realmente é pura diversão.

O painel central tem uma roda de controle, ao estilo do velho iPod, que torna mais intuitivo (se exigindo aprendizado) o uso da interface.

Painel central do BMW iX com controle circular (Imagem: Divulgação)

Naturalmente, a interface por voz está lá. Mas é preciso treiná-la para cada pessoa, como em todas as interfaces desse tipo, e não dá para alguém como eu, num teste, chegar e sair falando. Ela guarda também, na nuvem, configurações de todos os usuários, como preferências de banco (incluindo massagem!), espelho e ar condicionado.

Mas o barato mesmo é a interface por gesto. Uma das câmeras internas do carro (e o BMW iX pode tirar fotos dos passageiros, como numa montanha russa) identifica os gestos feitos na frente do painel.

Painel do teto do BMW iX (Imagem: Divulgação)

Com isso, é possível fazer coisas como mudar de estação de rádio, aumentar ou diminuir o som, e até abrir as configurações, que podem ser customizados, fazendo como um gesto de mágica.

Som de Hollywood

A parte que mais literalmente abala quem está no BMW iX é o sistema de som. Ele é composto por caixas espalhadas pelo carro, algumas delas invisíveis, dentro dos bancos, dando uma qualidade incrível. Você literalmente vibra no assento. É uma experiência de cinema.

De fato, tão cinema, que o compositor Hans Zimmer foi chamado para compor trilhas padrão para serem usadas não só como demonstração, como para dar um toque aventuresco à experiência.

Um GPS para o Brasil

Talvez aquilo que mais a concorrência pode penar para alcançar o BMW iX (eventualmente compartilhada por outros modelos da marca) é a possível solução para um enorme transtorno para o motorista brasileiro. Não importa o quão caro um carro seja por aqui, o GPS padrão acaba sendo… menos que satisfatório. É uma festa de não achar endereço e mandar o motorista entrar na contramão. Todo mundo acaba optando pelo celular.

A BMW decidiu então, em parceria com empresas brasileiras, criar seu próprio mapeamento, percorrendo 40 mil km pelo Brasil, incluindo em trechos mais recônditos e menos ideais.

E esse mapeamento será atualizado em tempo real através da nuvem, primeiro em 4G, mas eventualmente em 5G, para enfim criar um GPS de fábrica realmente confiável – e, espera a BMW, podendo ser adotado pelo motorista no lugar do Waze ou do GMaps.

A ideia é que, eventualmente, esse mapeamento sirva para carros autônomos circularem por aqui. Mas ele já é capaz de, por exemplo, identificar as faixas nas vias mesmo se estiverem apagadas.

Além desse trabalho o GPS da BMW tem um luxo único: ele prevê visualmente a próxima curva, mostrando um feed de vídeo da rua em realidade aumentada, no lugar de permanecer só no mapa. O GPS ainda permite fazer um playback de rotas já feitas, inclusive com o vídeo.

Frente que se “conserta sozinha”

A placa frontal de plástico do BMW iX pode ter riscos apagados (Imagem: BMW/Divulgação)

A “grade” frontal é uma grande placa, como que orgulhosamente de plástico, ostentando sua natureza elétrica. As entradas de ar, que existem, porque a bateria precisa de refrigeração, são na saia inferior.

Essa grade oculta o sistema de sensores do carro, e tem uma característica especial: pequenos riscos nela podem ser consertados facilmente pelo próprio dono, aplicando calor.

O plástico autoconsertante foi testado diante de nós com uma chave de fenda fazendo riscos perceptíveis (mas não profundos). O técnico apagou esses riscos com um ventilador comum. Não é como se o carro inteiro fosse à prova de riscos ou se a grade fosse resistir a encostar numa parede, mas não deixa de ser interessante.

Desculpe Brasil, sem BMW iX multicor por enquanto

A BMW diz que as primeiras entregas do iX devem começar em março já. Eles esperam vender um lote inicial de 400 veículos este ano no Brasil. Isso corresponde a metade dos elétricos vendidos pela marca, que também espera chegar a 25% de suas vendas em elétricos neste ano.

Ainda não há nada oficial, nem sugestão, da chegada do topo do topo da linha, o xDrive 60. Mas, pela conversa dos executivos da BMW, que falaram sobre a preferência do público brasileiro pelo luxo (o x50 é bem mais caro, mas vendeu 70%), as perspectivas são otimistas.

Quanto ao que todo mundo perguntou: a BMW demonstrou este ano, num iX, um sistema que permite que a cor do carro seja modificada pelo motorista. Isso não está disponível nos modelos à venda, e provavelmente vai levar um tempo. Segundo os executivos da empresa, o problema é que a lei brasileira exige uma cor definida nos documentos. Não seria nem permitido por lei andar com um desses por hoje.

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