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Política

Bolsonaro elogia ditadores Médici e Stroessner em cerimônia de posse do novo diretor de Itaipu

Militares governavam Brasil e Paraguai quando foi assinado o tratado da construção da usina hidrelétrica, dividida pelos dois países. Presidente Jair Bolsonaro discursou durante cerimônia de posse do novo diretor brasileiro de Itaipu Binacional, Anatalício Risden Junior


Reprodução/TV Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (PL) elogiou nesta terça-feira os ditadores Emílio Garrastazu Médici e Alfredo Stroessner, ex-presidentes do Brasil e do Paraguai, respectivamente, durante a cerimônia de posse do novo diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Anatalício Risden Junior.

Em seu discurso, Bolsonaro afirmou que os anos 1970, durante a ditadura militar no Brasil, "geraram grandes personalidades". Na ocasião, afirmou que os ditadores foram "homens de visão". Os dois militares governavam Brasil e Paraguai em 1973, quando foi assinado o tratado que viabilizou a construção da usina hidrelétrica.

"Itaipu, Emílio Garrastazu Médici juntamente com Alfredo Stroessner. A história não pode ser mudada, é uma realidade. Homens de visão, homens de futuro, que nos geraram, no caso aqui, Itaipu Binacional", disse Bolsonaro, que é capitão reforma do Exército e saudosista do regime militar.

No mesmo discurso, Bolsonaro elogiou outro ex-ditador do Brasil, o general Ernesto Geisel, que sucedeu Médici na Presidência da República.

"Por vezes a gente fica pensando o que seria do Brasil sem as obras dos anos 70. Aqui, Itaipu Binacional. Volvendo meus olhos para a pequena grande mulher Tereza Cristina [ministra da Agricultura], Alysson Paolinelli. Também os anos 70 geraram grandes personalidades. O nosso agronegócio hoje em dia é algo fantástico graças a esse homem que foi descoberto por nada mais nada menos que nosso prezado Ernesto Geisel", afirmou Bolsonaro.

O general Médici governou o Brasil entre 1969 e 1974, considerado um dos períodos mais duros da ditadura no país, com registros de torturas, desaparecimentos e mortes de opositores da ditadura.

Já Stroessner governou o Paraguai entre 1954 e 1989. Ele morreu exilado em Brasília, aos 93 anos, em 2006. Em 1992, cerca de 700 mil documentos das forças de segurança do Paraguai foram tornados públicos.

Os documentos mostravam que o regime de Stroessner rotineiramente perseguia, sequestrava e torturava. O ditador foi acusado de mandar matar 423 opositores do regime ditatorial e torturar quase 19 mil pessoas. Também foi acusado de casos de pedofilia, durante os 35 anos que ficou no poder.

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Empreiteiras

Bolsonaro também citou no discurso a empreiteira Andrade Gutierrez, que participou da construção de Itaipu. O presidente não mencionou a Operação Lava Jato, mas disse que espera que as "grandes" empreiteiras brasileiras "brevemente" estejam recuperadas.

"E esse consórcio [de Itaipu] no passado, ele foi liderado pela nossa Andrade Gutierrez. Empresas fantásticas, que a gente espera que brevemente todas as nossas grandes empreiteiras estejam recuperadas e trabalhando pelo nosso Brasil", disse.

A Andrade Gutierrez foi uma das empreiteiras cujos executivos firmaram acordo de delação premiada na Lava Jato. A operação revelou que empresas pagavam propina a políticos em troca de contratos de obras financiadas com recursos públicos.

G1

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