Pablo Valadares / Câmara dos Deputados Texto aprovado é o substitutivo do relator, Paulo Bilynskyj
A Comissão de Segurança PĂșblica da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que autoriza o uso de armas de calibre restrito por profissionais da segurança privada durante o exercĂcio de suas funções. A medida altera o Estatuto da Segurança Privada.
Atualmente, a legislação permite a vigilantes e empresas do setor apenas o uso de armas de calibres comuns. O emprego de armamento de alto calibre só Ă© autorizado em situações excepcionais, como escolta armada e transporte de valores, mediante autorização especĂfica do ExĂ©rcito.
O texto aprovado transforma essa exceção em possibilidade prevista em lei. De acordo com a proposta, o uso de armas de calibre restrito serĂĄ permitido conforme regulamento da PolĂcia Federal e autorização do Comando do ExĂ©rcito Brasileiro, responsĂĄvel pelo controle de produtos e armamentos militares.
A autorização se aplicarĂĄ apenas a serviços considerados de alto risco, como escolta armada, transporte de valores, segurança de instituições financeiras, proteção de pessoas, instalações sensĂveis e infraestruturas crĂticas, incluindo portos, refinarias, usinas e centros de energia.
O texto aprovado na comissão Ă© o substitutivo do relator, deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), ao Projeto de Lei 3075/25, de autoria do deputado Delegado da Cunha (PP-SP). O relator manteve o conteĂșdo central da proposta original, mas transferiu a competĂȘncia para autorizar o uso de armas de alto calibre da PolĂcia Federal para o ExĂ©rcito Brasileiro.
"A alteração proposta visa preservar a coerĂȘncia normativa e evitar sobreposição de competĂȘncias entre os órgãos responsĂĄveis pelo controle e fiscalização de armamentos no paĂs, assegurando maior segurança jurĂdica e tĂ©cnica à aplicação da futura norma", justificou Bilynskyj.
O texto tambĂ©m determina que os profissionais deverão ter capacitação tĂ©cnica especĂfica, comprovada por curso reconhecido pela PolĂcia Federal, e que as empresas de segurança privada mantenham controle individualizado das armas utilizadas. A fiscalização continuarĂĄ a cargo da PolĂcia Federal e do ExĂ©rcito Brasileiro.
AlĂ©m disso, a proposta proĂbe o uso de revólveres por profissionais da segurança privada em serviço, independentemente do calibre.
A matĂ©ria tramita em carĂĄter conclusivo e ainda serĂĄ analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Para virar lei, o texto precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
Fonte: Câmara Federal