A Justiça marcou o julgamento da motorista acusada de dirigir alcoolizada e matar duas pessoas, em Londrina, no norte do Paraná. O júri ocorrerá em 17 de maio, no mesmo mês em que o crime completa quatro anos.
Em primeiro de maio de 2018, Jean Goulart Camargo, de 26 anos, e Eliede Santos Oliveira, de 42 anos, estavam parados diante do sinal vermelho na Avenida Dez de Dezembro. O carro que vinha atrás não parou e, com a batida, os dois morreram na hora.
"A saudade é grande, cada dia que passa aumenta mais. Não importa quanto tempo passe, dói muito ainda", disse a esposa de Eliede.
O laudo do instituto de criminalística apontou que o carro estava a 82 km/h, em um trecho em que a velocidade máxima era de 60 km/h. As vítimas foram arremessadas a 39 metros de distância.
A defesa da acusada, Daiane Cristina Freire, chegou a recorrer ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) para que ela não fosse a júri popular, mas a decisão foi mantida pelo órgão.
Ela será julgada por homicídio qualificado com dolo eventual, porque assumiu o risco de matar.
Um exame de embriaguez apontou que na noite da batida a condutora tinha ingerido uma quantidade de bebida alcoólica quase 13 vezes maior que o limite tolerado.
A defesa de Daiane informou que apresentará todas as provas aos jurados e tem esperança da comprovação da inocência da motorista.
De acordo com o advogado assistente de acusação, Mario Barbosa, a expectativa é a ré seja condenada e saia com condenação próxima à máxima.
A Justiça determinou ainda que, seguindo protocolos de segurança, não será permitida entrada de espectadores na sessão de julgamento, mas a publicidade do ato será garantida através de transmissão ao vivo pela internet.
Além da ação criminal contra Daiane, a motorista foi condenada em uma ação cível de indenização, em que deverá pagar pensão e indenização às famílias da vítimas. Nessa última ação não cabe recursos.