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A decisão abrange perĂcias e cadeias de custódia. Alexandre de Moraes atendeu a um pedido formulado pela Defensoria PĂșblica da União (DPU) e tambĂ©m assegurou o controle e averiguação dos elementos materiais por parte MinistĂ©rio PĂșblico, facultado o acesso às informações tambĂ©m pela própria DPU no estado do Rio de Janeiro.
A nova medida se deu nos autos da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nÂș 635, conhecida como a ADPF das Favelas e originada em ação protocolada em 2019 pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).
O ministro destacou que a determinação segue o que foi fixado pelo PlenĂĄrio do STF no julgamento do mĂ©rito da ação, segundo o qual devem ser preservados os vestĂgios de crimes e assegurada a independĂȘncia tĂ©cnica das perĂcias em investigações de crimes contra a vida. O governador do Estado do Rio de Janeiro, ClĂĄudio Castro, deverĂĄ ser intimado ainda neste domingo para garantir o cumprimento da decisão.
Em abril deste ano, STF definiu diversas medidas para combater a letalidade policial durante operações da PolĂcia Militar contra o crime organizado nas comunidades do Rio de Janeiro. Após a finalização do julgamento da ADPF nÂș 635, diversos órgãos, incluindo a Defensoria PĂșblica de União e o Conselho Nacional do MinistĂ©rio PĂșblico (CNMP), ficaram responsĂĄveis pelo monitoramento do cumprimento da decisão.
Na Ășltima semana, a discussão sobre a ADPF das Favelas voltou à tona com a deflagração da Operação Contenção, em uma tentativa de frear o avanço territorial da facção Comando Vermelho na cidade. Na ocasião, o governador Claudio Castro voltou a criticar a decisão do Supremo e chamou a ADPF de "maldita".
Moraes marcou para a próxima segunda-feira (3) uma reunião com o governador do Rio de Janeiro e outras autoridades, para tratar da Operação Contenção. Durante o encontro, o governador deve apresentar os 18 esclarecimentos solicitados pelo ministro sobre a operação.
O ministro Alexandre de Moraes ainda designou audiĂȘncia conjunta para a próxima quarta-feira (5), às 10h, na sala da Primeira Turma do STF, com a participação de diversos órgãos e entidades, como o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro; Instituto Anjos da Liberdade; Associação Direitos Humanos em Rede - Conectas Direitos Humanos; Associação Redes de Desenvolvimento da MarĂ© - Redes da MarĂ©; Educação e Cidadania de Afrodescendentes Carentes - Educafro; Justiça Global; Rede de Comunidades e Movimentos contra a ViolĂȘncia; Coletivo Fala Akari; Coletivo Papo Reto; Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial; Movimento Negro Unificado (MNU); Centro pela Justiça e o Direito Internacional - CEJIL; Laboratório de Direitos Humanos da UFRJ; entre outros.
Em outro ponto da decisão deste domingo, o ministro indeferiu pedidos de diversas entidades para participar como amicus curiae e os requerimentos de participação nas audiĂȘncias a serem realizadas no dia 3 de novembro de 2025.
Fonte: AgĂȘncia Brasil