A bravata de Musk, no entanto, não combina com a vida real. Já há relatos de um acidente sério com pessoas utilizando o modo beta do FSD na Califórnia e há uma investigação aberta pelo NHTSA (Administração Nacional de Segurança Rodoviária) para apurar 23 acidentes com motoristas adotando outro serviço de direção da montadora, o Autopilot.
Gargalo conceitual
Outro problema quanto à promessa de Musk é o gargalo semântico em torno do nome full self driving (“autocondução completa”). Esse título implica recursos que o sistema não fornece e leva o consumidor menos atento a presumir que o carro tenha atingido um patamar tecnológico que, na verdade, a Tesla sequer está ciscando.
Por ora, só para falar no FSD, o sistema da Tesla se encontra no nível 2 de automação, conforme definido pela SAE (Sociedade de Engenheiros Automotivos, na sigla em inglês), em que o veículo consegue acelerar e desacelerar, mas ainda requer a intervenção humana. Para chegar ao nível 4, portanto, falta um passo que a Tesla parece ainda estar longe.
O retrospecto, na verdade, depõe contra a confiabilidade de Musk. Ainda no ano passado, o executivo afirmou em evento em Xangai (China) que a Tesla entregaria carros 100% autônomos no fim de 2020 — o que nunca aconteceu. Isso sem contar a enxurrada de modelos em estado permanente de adiamento, como o supercarro Roadster e a caminhonete Cybertruck.
Via Carbuzz
Imagem: Naresh777/Shutterstock
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