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"Espero que consigamos mudar essa paisagem dos últimos dois anos", afirma Bell Marques

Por Da Redação

31/12/2021 às 07:22:40 - Atualizado há

Bell Marques participa de dois Réveillons

Determinado, profissional ao extremo e perfeccionista como os nativos do signo de Virgem,  o cantor Bell Marques é um fenômeno na cena axé. Do alto dos seus 69 anos ele é, com certeza, um dos artistas no Brasil que mais está trabalhando depois da chamada retomada dos eventos. Além de poder matar a saudades de subir num palco e reencontrar os fãs em todo o Brasil, Bell não esconde o prazer que sente em estar perto de seus fãs.  

Em entrevista ao CORREIO, Bell fala de como se cuidou e se cuida em tempos de covid; do carinho que tem pelo São João, da vida disciplinada, da angustia que sentiu em ficar dois anos parados, da volta do Forró do Lago e do novo projeto Arraiá Bell Marques, e, principalmente, de como foi ficar fora do Carnaval de Salvador, onde ele reina absoluto:  

“Foram momentos muito difíceis, não sei como eu conseguia dormir. Contei muito com o apoio da minha família, da minha mulher, dos meus filhos e dos meus amigos”, diz Bell.  

Desde a retomada dos eventos, com as limitações impostas pelas autoridades, você é o artista da cena axé que mais está fazendo apresentações. Computei mais ou menos 44 entre dezembro e janeiro. Como você encara essa maratona? E quais os cuidados específicos que têm tomado em relação à covid? 

Isso é verdade! Eu devo ser um dos artistas baianos que mais têm tocado, talvez até do Brasil. Nos preparamos muito pra isso, porque passamos dois anos muito difíceis e precisávamos, nessa retomada, estar com a equipe muito alinhada pra tentarmos, o mais rápido possível, recuperar o estrago financeiro. Tá dando certo, os shows estão, dentro do limite, lotados, e a repercussão das músicas que lançamos em lives, como Brilhaê, Camaleão, me ajudaram muito nesse retorno. As restrições foram necessárias, mas estou feliz com a retomada. Ainda temos muitos casos de covid e estou tomando muito cuidado. Já tomei as três doses da vacina e estou atento agora a essa gripe, que está vindo muito forte. Como preciso me manter ativo e saudável, então, sigo com os cuidados, usando sempre máscara. Porque se eu falhar nesse momento, se ficar gripado ou pegar covid, mesmo que leve, acabo frustrando muitos empresários e fãs que investiram em mim. 

Ao saber de sua agenda, depois da nota que dei na coluna, muita gente me perguntou onde você arranja tanta vitalidade para encarar essa maratona como se fosse um menino de 20 anos. Conta pra gente como é sua preparação? 

 Marrom, praqueles que me conhecem, como você, sabem que sou uma pessoa extremamente determinada. As coisas têm que acontecer e da melhor forma possível. A minha equipe entende que temos que ser desse jeito. Todos eles são iguais a mim, incansáveis. Isso faz uma diferença danada na minha carreira. Pessoas jovens, mas obstinadas, que me ajudam muito. Às vezes, o cansaço é um fator psicológico. No meu caso, eu trato ele desse jeito. Quando sinto meu corpo cansado, minha cabeça pensa diferente. E sigo uma alimentação saudável, procuro treinar. Agora mesmo, estou no quarto do hotel em Maceió, vou começar um treino daqui a pouco, no quarto mesmo, mais recluso, pra estar mais protegido. 

 Como está a agenda para o Réveillon? 

Eu faço um Réveillon dobrado. Eu toco num projeto bem interessante, no VIDAM, numa ilha lá em Sergipe. E depois, no Réveillon Praia do Forte. Começo 22h30, faço a virada em Sergipe, e venho pra Praia do Forte de carro. Vão ser duas festas superbacanas, estou muito feliz. Espero que tenhamos uma virada de ano maravilhosa, que consigamos mudar essa paisagem dos últimos dois anos. 

Considerado corpo e a alma do Carnaval baiano, como é para Bell Marques ficar dois anos sem se apresentar para a multidão nas ruas de Salvador?  

Se alguém tivesse me dito algum dia que eu ficaria dois anos sem tocar, eu não acreditaria. Ficamos dois anos sem demitir ninguém da empresa, com meus músicos recebendo mesmo sem tocar. Foram momentos muito difíceis, não sei como eu conseguia dormir. Contei muito com o apoio da minha família, da minha mulher, dos meus filhos, dos meus amigos. Isso foi muito importante. Todos queriam passar por esse momento e ninguém se afundou. Ficar dois anos sem tocar, depois de 40 anos sem parar, me deixou arrasado. Se eu tivesse a cabeça muito frágil, teria passado por maus momentos. Enxergava sempre uma luz na frente, que a todo instante dizia "vai passar". Trabalhei bastante internamente, o que me fez enxergar coisas na empresa, na carreira, pensar em mudanças no futuro. Não saímos no zero a zero, não. Acho que conseguimos tirar algum tipo de proveito. Agora é não nos esquecermos do que aprendemos na dificuldade. 

Como foi seu primeiro Carnaval como cantor? 

Meu primeiro Carnaval, eu diria que foi muito bacana, mas muito estressante. Eu não tinha a menor experiência, mas foi muito legal, um grande aprendizado. Saí desse Carnaval, dizendo ‘olha, isso aqui é um mundo que eu vou, com certeza absoluta, dominar. E eu acabei dominando mesmo. Eu faço do meu pedaço um pedaço totalmente próprio, não deixo arestas. E gosto disso e luto por isso. 

Em Salvador sua única apresentação será no Camarote Salvador? 

Além do Camarote Salvador, estamos negociando um outro evento, que vocês vão saber em breve. Vão ser dois dias maravilhosos. 

Se a Prefeitura ou o Governo lhe convidarem pra fazer um show num bairro popular durante o Carnaval você aceitaria? 

Acho que tocar pro povo seria uma atitude bem legal. Eu não sei se teria data, porque estou com shows fora da Bahia já agendados. Vou estar bem cheio durante o Carnaval. Mas, tenho certeza de que não só eu ficaria muito feliz, mas o povo da Bahia, que me adora, que é a minha maior pipoca, também. 

Durante o Carnaval você costuma ensaiar mais de 100 músicas para tocar no circuito. Para as apresentações na folia, fora de Salvador, você manteve essa tradição? 

Na verdade, Marrom, eu me sinto um artista privilegiado. Eu tenho um repertório incrível, do começo ao fim. Quando eu toco Bell Marques - Só As Antigas, que eu acabei de lançar o volume 2, vejo como as pessoas são apaixonadas pelas minhas músicas. Cada música que eu lanço, eu acabo fazendo os fãs mais felizes. Nesse fim de ano, busquei todas as canções de outros artistas que eu já toquei, como Dormi na Praça e voltei a tocar no repertório. Tá sendo bem legal recordar esses grandes artistas. 

E o São João? Já tem alguma coisa planejada. Todos sabemos que, desde os tempos do Chiclete com Banana, você sempre esteve presente nos festejos juninos? 

O São João, se tudo correr bem, retorno com o Forró do Lago, maior festa indoor do estado da Bahia, uma festa lindíssima. E esse ano quero muito fazer um projeto chamado Arraiá Bell Marques, que voltaria pra minha fazenda, que seria uma festa mais restrita, com um público menor, que acho que vai ser muito bem aceito. 

Uma provocação: Você prefere Carnaval ou São João? 

São duas histórias completamente diferentes na minha vida. O São João e o Carnaval ocupam dois espaços dentro do meu coração. Eu sou apaixonado pelos dois. O São João me remete mais à minha infância e acho uma festa mais completa, por causa da vestimenta, das comidas, da tradição, das danças, da fogueira... O Carnaval é mais explosão de alegria, uma coisa que mexe com você de outra forma. Me sinto muito bem cantando nas duas festas. 


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