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Bolsonaro seria o Herodes brasileiro?

Por Da Redação

26/12/2021 às 14:45:19 - Atualizado há

Ao se recusar a comprar imediatamente as vacinas necessárias para a imunização contra a Covid-19 das milhares de criancinhas brasileiras, com idades entre 5 e 11 anos, deixando-as expostas à doença e até à morte, o presidente Bolsonaro está agindo de maneira muito semelhante à que agiu Herodes, o Grande (nascido em 37 a.C.). Herodes era o Rei da Judéia quando Jesus Cristo nasceu, há exatos 2.021 anos. Ao saber do nascimento de Jesus, após uma visita que recebeu dos Três Reis Magos, que foram a ele anunciar que havia nascido o “Rei dos Judeus”, Herodes mandou matar milhares de criancinhas na Judéia, especialmente em Belém, onde Cristo nasceu, desejando assim que o filho de Deus não sobrevivesse. Herodes passou para a história, dessa forma, como um dos maiores assassinos de crianças. Mas Jesus sobreviveu, como se sabe. Já as milhares criancinhas brasileiras podem não ter a mesma sorte.

O que Bolsonaro está fazendo agora, guardadas as devidas proporções, evidentemente, é escorado nos relatos feitos na Bíblia, que tanto a família presidencial diz ler, sobretudo pelo apóstolo Mateus (2: 1-16). O chefe do Poder Executivo diz que não autoriza a imunização infantil por ter dúvida se a vacina é eficiente para crianças. Falava o mesmo das vacinas para adultos, que foi o que nos salvou de termos mais de um milhão de vítimas fatais (tivemos, até agora, 619 mil).

Ora, os mais variados cientistas do mundo já disseram que as vacinas para crianças de 5 a 11 anos são seguras e eficazes. Seria Bolsonaro um gênio da ciência, que contraria os mais diversos pareceres científicos ou mesmo dos competentes técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que já aprovaram as vacinas da Pfizer para a imunização das nossas criancinhas?

Não dá para entender, definitivamente, quais são os critérios que Bolsonaro e seu pau mandado na Saúde estão usando para não adquirir as vacinas de imediato. Afinal, a Pfizer já disse ter os medicamentos disponíveis para o Brasil (está em vigor o contrato para a entrega de 100 milhões de doses), bastando que as autoridades brasileiras solicitem a entrega dos produtos.

O Herodes brasileiro, porém, não está respeitando nem mesmo os apelos da Justiça. O STF tem dado pareceres no sentido de fazer ver ao capitão que ele deve iniciar o mais urgente possível a imunização das nossas criancinhas. Já morreram, até aqui, 2.200 delas com Covid-19 e não se pode protelar mais a vacinação em massa do público infantil.

Embora Queiroga e Bolsonaro tenham dito que o número de mortes de crianças não é relevante (afinal, entre elas não está nenhum dos seus filhos ou netos), o ministro do STF Ricardo Lewandowski deu prazo de cinco dias, na véspera do Natal, para que o Ministério da Saúde justifique a necessidade da apresentação de prescrição médica e autorização dos pais para que a meninada possa ser imunizada. Essas exigências são criminosas, absurdas e claramente objetivam procrastinar o início da imunização infantil.

Todos sabem como é lenta a fila de consultas no SUS para as famílias carentes e como esse processo somente burocratiza e dificulta de vez a imunização das crianças pobres. Aliás, é exatamente esse público mais exposto ao vírus. O Brasil está, inexoravelmente, na contramão do mundo civilizado mais uma vez sob governo negacionista de Bolsonaro. O presidente não se cansa de maltratar os brasileiros, sejam eles adultos calejados, sejam alguém na tenra idade.

Fonte: Isto É
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Jornalista Luciana Pombo

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