Não é mais novidade que o mercado brasileiro de automóveis caminha para ser dominado completamente pelos SUVs. Esses automóveis foram responsáveis pela aposentadoria forçada de segmentos apaixonantes como dos hatches médios e das station wagons, que ostentavam carros maravilhosos, extremamente úteis, gostosos de guiar e com designs penetrantes e históricos, casos de Volkswagen Golf, Ford Focus, Hyundai i30, VW Jetta Variant, entre outros.
Um dos segmentos automotivos que mais sofreu com esse cenário de domínio dos SUVs foi o de sedãs médios. Mas, mesmo com o panorama adverso e uma demanda forte dos compradores pelos utilitários, os charmosos e possantes modelos três volumes (como é chamada a carroceria) conseguem manter clientes fieis e fãs fervorosos, independentemente do carro ou marca.
O maior motivo dessa "sobrevivência" é justamente os produtos de qualidade que temos dentro do segmento. Sedãs médios são pensados para um público mais exigente em termos de conforto, design, desempenho e acabamento, o que acaba gerando modelos absolutamente formidáveis e que conseguem competir em absoluto equilíbrio — não tanto nas vendas, mas na qualidade em si.
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O Canaltech teve a oportunidade de avaliar quatro dos principais sedãs médios à venda no Brasil: Honda Civic Touring, Toyota Corolla Hybrid, Chevrolet Cruze e Volkswagen Jetta. Levaremos em conta para esse comparativo apenas as versões topo de gama de cada um desses modelos, mesmo que, no caso de Jetta e Corolla, eles possuam powertrains diferenciados e com propostas bem distintas.
Os quesitos para avaliação são:
A pontuação será:
Os quatro modelos são bem bonitos e elegantes, mas há uma clara diferenciação do Honda Civic para os demais. O sedã da Honda é o que apresenta aparência menos convencional, conseguindo aliar esportividade e sobriedade, sempre com muita harmonia. Seu principal rival, o Corolla Hybrid, apesar de ter ficado bem bonito e elegante nessa geração, segue bastante genérico. Jetta e Cruze, mesmo chamando atenção, não chegam nem perto de seus concorrentes.
Já quando falamos de acabamento, quem se dá melhor é o Corolla Hybrid, com uma cabine mais bem ajeitada e com materiais de melhor encaixe e qualidade. Nesse quesito, a surpresa, porém, vai para o Jetta, que conseguiu ficar à frente do Cruze, mesmo com a fama da montadora alemã de não dar muito atenção a esse tema.
Por aqui o equilíbrio é ainda maior, mas há um claro vencedor. Em nossos testes, o sedã que mostrou ser o mais confortável, seja para quem dirige, seja para quem está como passageiro, é o Toyota Corolla Hybrid, que parece ser um automóvel de categoria até superior, tamanho o bem-estar dentro de sua cabine. Essa sensação é evidenciada pelo excelente isolamento acústico e pelo acerto da suspensão, que deixa o carro bem macio e leve, mas sem que ele fique molenga. É o ponto perfeito.
Em segundo lugar, ponto para o Volkswagen Jetta, que também conseguiu aliar a segurança e dirigibilidade a uma maciez para quem está em sua cabine. O Cruze, por sua vez, perde um pouco em espaço, mas ganha também na rodagem, enquanto o Civic tem, sim, espaço, mas é bem mais "duro" que os demais concorrentes além de ter um "hip line" baixo demais, tornando a vida dentro dele mais cansativa.
Em termos de desempenho, não há muito o que dizer: o Volkswagen Jetta GLI sobra. Seu motor 2.0 turbo com 230cv e 35,7 kgf/m de torque é suficiente para levá-lo de 0 a 100 km/h na casa dos 7 segundos (em nossos testes), bem menos do que qualquer outro carro desse comparativo.
Em segundo lugar, o Honda Civic Touring, com seus 173cv e 22,4 kgf/m e 0 a 100 km/h em 8,6 segundos, fica confortável em segundo lugar, com desempenho de sobra e, pasmem, bom consumo de combustível. Consumo esse que é o principal ponto forte do Corolla Hybrid, mas que cobra seu preço tornando o automóvel bem mais anestesiado. O Cruze, por sua vez, alia bem a agilidade, economia e dinamismo urbano.
Quando falamos em conectividade e tecnologia, há praticamente um empate técnico entre Chevrolet Cruze e Toyota Corolla Hybrid. Em suas versões topo de gama, ambos os sedãs são bem equipados e faltam pouquíssimos itens para que eles sejam absolutamente completos, algo que já não acontece no Jetta e, principalmente, no Civic, de longe o pior entre os quatro nesses quesitos.
O Corolla Hybrid vem com um pacote completo de segurança ativa, como o alerta e frenagem automática de emergência, piloto automático adaptativo, alerta de ponto cego, alerta de tráfego cruzado, farol alto automático e o importante sistema de alerta e permanência em faixa. A central multimídia espelha Android Auto e Apple CarPlay, assim como dos demais concorrentes.
Já o Cruze Premier traz de série o alerta de colisão frontal, frenagem automática de emergência, alerta de ponto cego, alerta de tráfego cruzado traseiro, auxiliar de estacionamento semiautônomo, alerta de mudança de faixa e conexão Wi-Fi nativa por meio de assinatura com a Claro, sendo esse carro o primeiro do Brasil a contar com a conexão 4G embutida. Além disso, por meio de um pacote extra, o usuário pode usufruir do OnStar, que agrega serviços remotos ao carro por meio do celular.
Os quatro modelos são bem caros, assim como boa parte dos carros do Brasil. Entretanto, pelo valor que é cobrado por cada um deles, o sedã médio que pode se encaixar melhor no quesito custo-benefício é o Chevrolet Cruze. O modelo estadunidense parte de R$ 155 mil, enquanto o Corolla Hybrid sai de R$ 162 mil. O Civic, na variante Touring, é encontrado a partir de R$ 166 mil, já o Jetta GLI beira os R$ 190 mil.
Esse cenário pode ser modificado com a chegada do Caoa Chery Arrizo 6 Pro.
O segmento de sedãs médios traz alguns dos melhores produtos do mercado automotivo brasileiro e a prova disso é justamente esse comparativo, que foi definido por detalhes para um ou para o outro em termos de pontuação. São automóveis lindos, bem equipados, confortáveis, com ótimo desempenho e que abraçam a tecnologia — exatamente do jeito que gostamos.
Mas, queremos deixar você decidir: qual é o melhor sedã médio do Brasil? Concorda com nosso comparativo?
Leia a matéria no Canaltech.
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