Política regra de vacinação ONU

Mídia estrangeira noticia recusa do presidente brasileiro de cumprir regra de vacinação da Assembleia da ONU

Para participar da Assembleia, é preciso estar vacinado, mas a ONU não vai checar se os líderes presentes foram mesmo imunizados.

Por Por G1

21/09/2021 às 15:38:50 - Atualizado há
Reprodução do texto do 'New York Times' sobre as regras da Assembleia Geral da ONU - Foto: Reprodução/NY Times

Jornais dos Estados Unidos e do Reino Unido noticiaram que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, participaria da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) mesmo sem ter tomado vacina.

A sede da ONU onde é realizada a assembleia fica na cidade de Nova York, onde há exigência de um comprovante de vacinação para que as pessoas entrem em ambientes públicos que são fechados (como o saguão onde acontece a reunião).

Bolsonaro costuma dizer que ainda não se vacinou. Ele já deu afirmações em que disse que não tomará vacina e também que será o último brasileiro a se vacinar.


O presidente apareceu de máscara na parte interna do edifício da ONU e foi o primeiro chefe de estado a discursar - pela tradição, o Brasil é sempre o primeiro país. Ele voltou a defender o chamado tratamento precoce contra a Covid-19, cuja ineficácia já foi cientificamente comprovada.

A prefeitura de Nova York pediu para que os chefes de estado fossem obrigados a comprovar vacinação para entrar no prédio das Nações Unidas, mas o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a entidade não tem como exigir isso.

'New York Times', dos Estados Unidos


O jornal afirma que a ideia de exigir a vacinação é evitar que a Assembleia se torne um evento que resulte em muitas contaminações.


Cada Assembleia tem um presidente, neste ano, é o ministro de Relações Exteriores das Ilhas Maldivas. Ele reforçou a ideia de que as pessoas presentes na reunião devem estar vacinadas.

"Os dirigentes da ONU disseram que os funcionários da sede devem ser vacinados, mas que para os visitantes muito importantes há um 'código de honra'", diz o jornal —ou seja, que cada um dos líderes no local precisa manter sua palavra sobre estar vacinado.

O jornal, então, escreve dois parágrafos sobre o presidente do Brasil. Veja a seguir:

"O presidente Jair Bolsonaro, do Brasil, declaradamente cético em relação à vacinação, cuja popularidade caiu, em parte, por causa do que os críticos chamam de sua gestão desastrosa da pandemia, prometeu que não seria vacinado antes de seu discurso."

"Ele foi infectado com Covid há mais de um ano e, depois, afirmou ter se curado tomando hidroxicloroquina, um medicamento contra a malária que não se mostrou eficaz no tratamento de Covid."

Após o discurso de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, o jornal publicou uma outra reportagem. Nesse novo texto, afirma-se que o presidente brasileiro usou seu tempo na reunião para defender o uso de drogas sem eficácia provada para tratar a Covid.

"O presidente de extrema-direita do Brasil, que não é vacinado contra a Covid-19, disse que os médicos devem ter mais margem para ministrar tratamentos para a doença, e complementou dizendo que ele esteve entre aqueles que se recuperaram depois de um tratamento 'off-label' com uma pílula para combater a malária que as pesquisas consideraram ineficaz para tratar a doença (Covid)", publicou o jornal.

'The Washington Post', Estados Unidos

O jornal descreveu que o presidente Bolsonaro alegou que tem liberdade pessoal [para recusar a vacina] e que ele é contrário às restrições ligadas ao combate ao coronavírus. "Ele afirmou que ninguém deve ser proibido de ir e vir como bem entendem. Ele elogiou os supostos poderes de cura do remédio contra a malária cloroquina, mesmo muito tempo depois de cientistas ao redor do mundo terem qualificado a droga como ineficaz. Ele rotineiramente se mostra disposto a contradizer os especialistas.

'The Guardian', Reino Unido


O jornal britânico publicou um texto no qual cita o presidente brasileiro, que afirmou que será vacinado depois que todos os outros já estarem imunizados.

"A aparição do líder do Brasil no encontro da ONU parece ter sido garantida depois que o secretário-geral [da ONU], António Guterres, admitiu que não seria possível negar o acesso aos líderes de Estado não-vacinados. Não será exigido dos representantes uma prova de imunização antes de entrar no evento, cujo discurso de abertura será feito pelo Bolsonaro."

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