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Economia

Paraná amplia uso de biogás e biometano com nova rede de corredores rodoviários sustentáveis

O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta quarta-feira (12), durante o 37º Show Rural Coopavel, uma série de protocolos e compromissos voltados ao desenvolvimento da cadeia de combustíveis renováveis no Paraná.


Foto: Jornal União

O governador Carlos Massa Ratinho Junior assinou nesta quarta-feira (12), durante o 37º Show Rural Coopavel, uma série de protocolos e compromissos voltados ao desenvolvimento da cadeia de combustíveis renováveis no Paraná. A assinatura ocorreu no âmbito do Dia do Biogás e Biometano, realizado na feira agropecuária. O projeto principal, chamado Corredores Rodoviários Sustentáveis do Paraná, prevê o uso de dejetos e resíduos agroindustriais para movimentar frotas rodoviárias, consolidando o Estado como um dos maiores produtores de energia limpa do Brasil.

Representantes do agronegócio, transportadoras e o poder público assinaram um compromisso para implantar o projeto ao longo de 4.586 quilômetros de estradas que cruzam 147 municípios. Outras 159 cidades, localizadas em um raio de até 20 quilômetros desses corredores, também serão beneficiadas pela iniciativa. Atualmente, o Paraná conta com um corredor sustentável conectando Paranaguá, no Litoral, a Londrina, no Norte do Estado, com 11 postos de abastecimento de gás em operação. A expansão está prevista para começar ainda neste ano.

O governador destacou a importância da parceria entre o Estado e os setores produtivos para consolidar o uso de biogás no Paraná. "Com o financiamento a juro zero que nós temos e a vontade da Compagas de fazer toda essa integração, vamos alavancar uma renda gigantesca para os nossos produtores rurais, mas, acima de tudo, consolidar o Paraná como esse grande produtor de energia limpa do Brasil", afirmou. Ratinho Junior mencionou que, das 1.500 plantas de biogás existentes no Brasil, 600 estão no Paraná. "Nós temos a chance de ser a Arábia Saudita do biogás", reforçou.

Ele também ressaltou o potencial de geração de renda para os produtores rurais. "O Paraná produz 12 milhões de cabeças de porcos por ano. São quilos de estrume que podem virar biogás. Sobra para o produtor o biofertilizante, que pode ser vendido ou jogado no próprio pasto, aumentando a sua produtividade e acabando com os gastos com fertilizantes", explicou. A previsão é que a rota Maringá-Paranaguá entre em operação em 2025, com a implantação total do projeto ocorrendo nos anos seguintes.

A Compagas, responsável pela distribuição de gás canalizado no Paraná, desempenhará um papel estratégico no processo. Rafael Lamastra, CEO da empresa, afirmou: "O papel da Compagas é promover esse desenvolvimento, ser um facilitador. Anunciamos aqui o projeto dos Corredores Sustentáveis e somos o primeiro Estado que está fazendo a implantação de algo desse tipo, conectando o Interior com o Litoral". Ele destacou ainda que o projeto conectará os principais centros de produção ao Porto de Paranaguá e às artérias que levam ao eixo Norte-Sul do Brasil.

O secretário estadual do Planejamento, Guto Silva, também enfatizou a vocação do Paraná na produção de energia renovável. "Quando se fala em transição energética, todos os estudos apontam que essa transição se dará por biomassa, seja dejeto de frango, suíno, tilápia. E nós temos uma imensidão de biomassa no Paraná, que agora com o programa do Governo do Estado vamos introduzir na produção do biogás", afirmou. Ele ainda sugeriu um novo conceito para o agronegócio no Estado. "Temos que rebatizar o conceito de agronegócio: é agroenergia. As propriedades do Paraná passarão a ser grandes produtoras de alimentos, como já o fazem, mas também de energia. Isso significa mais renda para o produtor, dinheiro na economia, e o Paraná cresce, gerando oportunidade e desenvolvimento para todos."

Durante o evento, a Associação de Suinocultores do Oeste (Assuinoeste) e o Sindicato dos Transportadores de Toledo (Sintratol), filiado à Fetranspar, assinaram um Memorando de Entendimentos para a criação do Programa Toledo em Movimento. A iniciativa busca usar biometano derivado da biodigestão de dejetos suínos para reduzir custos e emissões de gases de efeito estufa no transporte. A economia circular proposta prevê que os suinocultores sejam os produtores do biometano e que os transportadores frotistas adquiram o combustível diretamente deles, criando microrredes sustentáveis na região.

Outro destaque foi a assinatura da Carta Compromisso do Biogás e Biometano, que busca engajar atores públicos e privados no tratamento de resíduos agroindustriais por meio da biodigestão para gerar biogás e biometano. O Paraná se destaca ainda por possuir a menor carga tributária no setor e políticas de incentivo para produtores. Programas como o Banco do Agricultor Paranaense e o Renova Paraná oferecem financiamento e equalização de juros para a instalação de sistemas de geração de energia.

A Secretaria da Fazenda também editou uma resolução para apoiar investimentos em usinas de energia renovável e em silos de armazenagem, totalizando R$ 300 milhões em créditos. Para ter acesso ao recurso, as empresas precisam comprovar os investimentos realizados. Uma cartilha com orientações técnicas e tributárias foi lançada durante o Show Rural para facilitar o acesso dos produtores às informações sobre produção própria de biogás. Segundo Herlon Goetzer, coordenador do programa RenovaPR, a cartilha é um incentivo para transformar passivos ambientais em energia e renda. "O biometano pode ser considerado o combustível do futuro. Uma forma de transformar um passivo ambiental em renda e energia", afirmou.

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