juiz federal Sandro Nunes Vieira | foto: TSE/Reprodução O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou o afastamento provisório 1ª Vara Federal de Paranaguá do juiz Sandro Nunes Vieira, que foi citado no inquérito da Polícia Federal (PF) sobre a tentativas de golpe militar contra a eleição de Lula.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou o afastamento provisório 1ª Vara Federal de Paranaguá do juiz Sandro Nunes Vieira, que foi citado no inquérito da Polícia Federal (PF) sobre a tentativas de golpe militar contra a eleição de Lula.
O afastamento foi expedido na tarde da quinta-feira (28) pelo Corregedor Nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell. O afastamento preliminar foi determinado após o CNJ receber um ofício do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes informando sobre a citação do nome do magistrado nas investigações.
Sandro Nunes Vieir já trabalhou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2019 e 2022 e participou grupo gestor do Programa de Enfrentamento à Desinformação nas eleições daquele ano. O magistrado é citado no relatório da PF por ter atuado "de forma ilegal e clandestina" ao assessorar o Partido Liberal (PL) na representação eleitoral contra as urnas eletrônicas.
O juiz é apontado pelos investigadores como um dos personagens ligados à elaboração de um documento do Instituto Voto Legal. O material continha ataques à credibilidade das urnas eletrônicas, e foi base de uma representação do partido do então presidente Jair Bolsonaro para questionar o resultado do segundo turno das eleições de 2022.
Segundo o relatório da PF, o magistrado também manteve contato com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e trocou informações que contribuíram para o documento apresentado pelo PL.
Na época da ação do PL, em novembro de 2022, Valdemar Costa Neto chegou a citar o nome do juiz. Ele disse à imprensa ter conversado com o Sergio Vieira, que divulgou uma nota negando a participação.
A PF reproduziu no relatório os dados citando que Sandro Nunes enviou uma mensagem solicitando que seu nome não fosse citado como colaborador do documento. "Preciso que você reforce com o Valdemar Costa Neto para não citar em nenhum momento meu nome", diz a mensagem extraída do celular do coronel do Exército Marcelo Câmara, que era assessor de Jair Bolsonaro, a Mauro Cid.
A Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, já tinha determinado a instauração de uma sindicância para apurar a conduta do juiz federal Sandro Nunes Vieira.
E, após a nova determinação do CNJ, o TRF-4 confirmou que deu andamento ao afastamento cautelar do magistrado durante a apuração dos fatos.
Substituição – No lugar de Sandro Vieira na 1ª Vara Federal de Paranaguá foi designado o juiz Ricardo Cimonetti de Lorenzi Cancelier, que atua na 10ª Vara Federal de Curitiba.