A cibersegurança não é mais uma questão de escolha: é uma necessidade. Uma boa estratégia é essencial para proteger dados sensíveis, garantir a privacidade e evitar fraudes online. Não existe nenhuma proteção 100% eficaz. Mas, escolhendo serviços de ponta, você minimiza riscos em sistemas e redes contra ataques cibernéticos, diminuindo as chances de ter prejuízos e vazamento de dados pessoais e corporativos. Em um mundo digital cada vez mais conectado, a segurança cibernética é crucial para a confiança e continuidade dos negócios e serviços.
Segundo dados do FortiGuard Labs, laboratório de inteligência e análise de ameaças da Fortinet, o Brasil recebeu 60 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos em 2023, número bem menor quando comparado às 103 bilhões de tentativas em 2022. Isso, contudo, não é necessariamente uma boa notícia, já que a tendência global indica menos ataques massivos, mas grande volume de explorações sofisticadas e novas variantes de malware e ransomware muito mais direcionadas.
Esse é um efeito colateral do avanço da tecnologia. Ao mesmo tempo em que a inovação é usada para o bem — na ciência, astronomia, medicina, economia e por aí vai —, criminosos também usam essas novas ferramentas para o mal.
Por isso, é fundamental que empresas invistam em tecnologia de ponta para proteger seus dados e finanças. Para entender melhor esse cenário no Brasil e no mundo, o Olhar Digital conversou com Henrique Reis, especialista em segurança e proteção de dados da Huawei.
Olhar Digital: Como você enxerga esse cenário de crescimento da inteligência artificial generativa para o setor de cibersegurança? E, diante desse contexto, o Brasil está preparado?
Henrique Reis: Hoje, com a transformação digital, mais e mais equipamentos estão se conectando à rede. Então, essa parte de cibersegurança, de ameaças, está na cabeça do board das diretorias de todas as empresas. Tem alguns estudos que mostram que o Brasil, de julho de 2023 a julho deste ano, sofreu 700 milhões de ataques. 64% das empresas já sofreram ataques ou já sofreram alguma tentativa de fraude. Um outro dado bastante relevante é que, dos 18 vírus mais propagados, 13 são de origem brasileira, do tipo Cavalo de Troia. 45% dos executivos entrevistados temem que, nos próximos 12 meses, suas empresas vão sofrer algum ataque cibernético. A gente ainda vê um nível muito baixo de empresas que estão com maturidade para a parte de cibersegurança. E eu destaco o setor financeiro. Esse é o setor que mais tem maturidade nessa questão de proteção contra ameaças cibernéticas. Mas nós temos outros setores, como a parte de retail (varejo), de serviços, que não estão tão preparados assim. Eles acabam sendo portas de acesso para tentativas de ataques.
Olhar Digital: Então, dá para dizer que, por exemplo, a cibersegurança não é mais uma opção? A cibersegurança é uma necessidade que vira um investimento?
Henrique Reis: Sim, bom ponto. A parte de segurança tem que nascer desde a concepção do projeto. Então, se eu sou uma empresa e vou desenvolver um novo aplicativo para o mercado, a segurança tem que nascer junto com a produção dessa solução para o mercado. E, sim: as empresas têm que entender que segurança hoje já não é mais um custo. Não é só pelo risco de ficar fora do ar ou sofrer uma invasão de dados. Isso mancha a reputação da sua empresa. A gente tem alguns casos aqui no Brasil de empresas de varejo que foram atacadas por um ransomware e o ransomware causou a parada das lojas físicas. E também tem tudo aquilo da exposição da marca no mercado.
Olhar Digital: Nesse aspecto, o Brasil fica muito atrás de outros mercados, como Estados Unidos, Japão, China e Europa?
Henrique Reis: A gente vê que o Brasil ainda tem alguns pontos a evoluir. Essa (inteligência artificial) é uma tecnologia inovadora que chegou e que todo mundo já está utilizando. As empresas já estão buscando se prevenir contra possíveis ataques e melhorando a infraestrutura de rede. Os agentes maliciosos já estão usando a IA na confecção de malware, de ransomware, de phishing. Então, toda a solução de segurança precisa também ter o auxílio da inteligência artificial. Na Huawei também buscamos essa integração da inteligência artificial com a nossa solução de segurança. Ela precisa fazer o uso dessa força. Eu falei de inteligência artificial, mas as empresas também estão se movimentando para a nuvem. Então também é preciso ter esse controle, o mesmo controle de segurança que eu tinha no meu ambiente físico.
Olhar Digital: A Huawei já atua no setor de infraestrutura tecnológica do Brasil há anos e, hoje, conta com soluções de ponta na cibersegurança. Fala um pouco sobre esse histórico no país e dos produtos disponibilizados hoje para o mercado.
Henrique Reis: Nós já atuamos aqui no Brasil há mais de 26 anos. Nós entramos primeiramente para prover tecnologias para as operadoras e, depois, nós começamos a prover tecnologia para o mercado privado, oferecendo toda a infraestrutura de telecomunicações. A Huawei tem hoje um portfólio extenso para a parte de segurança, desde firewalls até equipamentos de anti-DDoS. Temos o SASE (Secure Access Service Edge), que é uma solução fim a fim interligando cloud (nuvem), rede, equipamento de borda e os terminais. Você tem a visibilidade de um todo para a parte de segurança. Essa visibilidade é muito importante. Se você não tem visibilidade, você não consegue se prevenir de um ataque. Uma outra solução bastante interessante da Huawei é a solução de Multilayer Ransomware Protection. É uma solução em várias camadas contra ataques de ransomware. É uma solução que integra o mundo de redes e segurança com o mundo de storage. Então, uma vez que eu tenho a identificação de um possível ataque de ransomware na rede, essa solução integrada fala com meu mundo de storage para ele começar a fazer backups para prevenir os dados.
Olhar Digital: Com tudo isso que conversamos, qual mensagem você passa para o nosso leitor? O que você diria que é essencial saber quando discutimos cibersegurança?
Henrique Reis: A mensagem que fica é: não existe nenhuma solução 100% eficiente. No mundo de segurança, a gente sempre fala isso. Com parte do mercado no trabalho remoto, eu digo que o perímetro é onde o usuário está. Então, a gente precisa prover segurança onde esses usuários vão se conectar — seja na casa dele, seja numa filial. A gente precisa prover segurança para esse usuário. Outra mensagem que fica é que a gente tem um longo caminho a percorrer. Na parte de segurança, sempre estamos evoluindo. Do mesmo jeito que os atacantes estão usando as novas tecnologias para inovar em novos ataques, a parte de segurança das empresas também precisa evoluir usando as mesmas ferramentas.
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