O debate sobre a jornada de trabalho volta a ganhar força no Brasil e no mundo, com diferentes países buscando modelos mais eficientes e equilibrados para seus trabalhadores.
O debate sobre a jornada de trabalho volta a ganhar força no Brasil e no mundo, com diferentes países buscando modelos mais eficientes e equilibrados para seus trabalhadores. Recentemente, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sugere o fim da escala 6Ã1 no Brasil – em que há uma folga a cada seis dias trabalhados – e a adoção de uma carga de até 36 horas semanais, mantendo o limite de 8 horas diárias. A proposta visa a permitir uma semana de quatro dias de trabalho, tendência já observada em algumas das maiores economias globais.
Tendência de Redução e o Papel da Automação
Com o avanço da automação e a consequente melhora na produtividade, alguns setores e empresas têm experimentado jornadas reduzidas para buscar melhor qualidade de vida e produtividade. Segundo um estudo do McKinsey Global Institute, a automação de tarefas rotineiras permite que muitas empresas alcancem a mesma eficiência em menos horas. Além disso, em países desenvolvidos, o aumento da renda costuma estar associado à diminuição da carga horária. Segundo o pesquisador da FGV, Fernando de Holanda Barbosa Filho, países com maior poder econômico apresentam, em média, jornadas mais curtas.
Experimentos no Exterior
Na Alemanha, 73% das empresas que testaram a semana de quatro dias em 2024 pretendem manter o modelo, registrando não só manutenção da receita, mas também melhorias na saúde e bem-estar dos funcionários. Em contrapartida, na China e na Grécia, as jornadas seguem longas. A China, por exemplo, mantém uma média de 48,8 horas semanais e enfrenta protestos de jovens contra a cultura das longas jornadas, especialmente em empresas que adotam o modelo "996" – trabalho das 9h às 21h, seis dias por semana.
Jornadas de Trabalho nas Dez Maiores Economias do Mundo
Estados Unidos
China
Alemanha
Japão
Índia
Reino Unido
França
Brasil
Itália
Canadá
As regulamentações refletem as prioridades e políticas de cada país, sendo que muitos buscam uma transição para jornadas menores como um reflexo de mudanças econômicas e sociais. Entretanto, o caminho para a redução universal da jornada ainda apresenta desafios, especialmente em nações onde a cultura de longas horas persiste.
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