O aumento expressivo dos custos de importação entre China e Brasil está impactando a logística e a competitividade das nossas empresas.
O aumento expressivo dos custos de importação entre China e Brasil está impactando a logística e a competitividade das nossas empresas. Só para se ter uma ideia da alta de preços, até março, o valor do frete de um contêiner de 40 pés era de US$ 3 mil. Hoje, está em US$ 7,5 mil, o que significa um reajuste de 150%, num período de sete meses.
Essa elevação é impulsionada por fatores externos, como a alta demanda por veículos elétricos chineses e a antecipação de importações devido ao aumento de alíquotas. Além da alta dos custos de importação dos países asiáticos, os principais portos do Brasil enfrentam sobrecarga, operando a índices bem acima da capacidade recomendada para atração e movimentação de cargas.
O aumento do custo do frete e o gargalo logístico requer atenção especial das empresas importadoras para que possam se manter competitivas.
No caso específico do Paraná, a China é um dos principais parceiros comerciais do Estado, sendo a maior compradora de produtos paranaenses. Entre janeiro e setembro, o Paraná exportou para a China mais de US$ 5 bilhões, ou 28% do total exportado, que foi de US$ 18 bilhões.
Já quando se analisa as importações, dos US$ 14 bilhões importados pelas empresas do Paraná, nos nove primeiros meses deste ano, US$ 3,3 bilhões foram da China, representando uma participação de 23% do total.
Outro item importante que eu constatei ao analisar a balança comercial entre Paraná e China, é que, este ano, apesar do aumento de 150% no preço do frete dos contêineres, as importações do Paraná aumentaram 8%, enquanto que as exportações diminuíram 3,4% em relação a 2023.
Diante de uma alta tão expressiva no custo do frete marítimo da China, quais medidas os importadores paranaenses devem adotar para não terem prejuízos?
É importante lembrar, que o preço do frete impacta também nos impostos de importação. Isto porque, no Brasil, os impostos são cobrados sobre o total da operação, incluindo o valor do frete, somado aos produtos. Então, quanto maior for o frete, maior também será o imposto para pagar.
Agora, o aumento dos custos e a superlotação dos portos exigem uma gestão mais estratégica das empresas importadoras, desde a escolha dos produtos até a negociação com fornecedores.
Os empresários têm consciência que os desafios são grandes, mas se souberem fazer uma análise criteriosa dos custos e buscarem por eficiência, certamente conseguirão manter seus negócios competitivos.