Na última semana, um conflito envolvendo indígenas da etnia Avá-Guarani e fazendeiros tem gerado tensão em Terra Roxa, no Oeste do Paraná. Segundo o deputado estadual Renato Freitas (PT), os indígenas estão sendo atacados por fazendeiros desde o dia 13 de julho e agora enfrentam a presença policial reforçada pelo Governo do Estado. Os Avá-Guarani reivindicam a posse de 36 mil hectares de terra nos municípios de Guaíra e Terra Roxa.
Renato Freitas acionou diversos órgãos, incluindo o Ministério dos Povos Indígenas, o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Funai, buscando assegurar os direitos dos indígenas na região. Relatos de lideranças comunitárias indicam que fazendeiros armados destruíram áreas ocupadas e impediram o acesso às regiões de retomada com retroescavadeiras. Além disso, os acampamentos indígenas foram incendiados, deixando muitas famílias desabrigadas.
Em resposta, o deputado solicitou reforços da Força Nacional e a criação de uma Comissão Permanente de Acompanhamento dos Conflitos em Guaíra. Freitas enfatizou a importância de proteger a vida dos indígenas que estão reivindicando seus direitos históricos.
Os Avá-Guarani ocupam atualmente a Aldeia Fazenda Brilhante, em Terra Roxa, e a área de retomada em Guaíra, conhecida como Aldeia de Taturi. O líder indígena Okaju Karai alertou sobre o risco constante de novos ataques.
O deputado também acionou o Ministério Público, a Secretaria de Segurança Pública, a Procuradoria-Geral do Estado, a Defensoria Pública da União e outras entidades para acompanhar a situação.
Uma equipe do Ministério dos Povos Indígenas, Funai e Ministério dos Direitos Humanos está se deslocando para a região em conflito para avaliar a situação.
#### Histórico da Terra Indígena Guasu Gavirá
A Terra Indígena Guasu Gavirá abrange os municípios de Terra Roxa, Guaíra e Altônia, onde vivem aproximadamente 1.300 membros do povo Avá-Guarani em 30 aldeamentos. Em abril de 2023, a presidente da Funai, Joenia Wapichana, restaurou o status de Terra Indígena delimitada para a Guasu Gavirá, que havia sido retirado durante o governo Bolsonaro.
A comunidade indígena enfrenta desafios como a falta de saneamento básico, energia elétrica, acesso à saúde e educação. O governo estadual, por sua vez, reforçou o policiamento na região para evitar episódios de violência. Uma reunião com diversos órgãos está marcada para discutir a situação.