Um jovem que cantava e tocava em uma igreja foi morto com seis tiros em uma rua movimentada de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Luís Felipe de Freitas, 29, desfrutava de uma vida tranquila: trabalhava como vigilante há cinco anos na mesma empresa, fazia autoescola para pilotar motocicleta, frequentava uma igreja evangélica, era querido entre amigos e familiares e sem qualquer situação que o colocasse próximo a crimes ou ilícitos. Embora há outras linhas de investigação (leia abaixo) - a Polícia Civil do município trabalha com a hipótese de uma morte por engano.
Apesar de ser fim de tarde, já anoitecia quando Luís Felipe saiu da autoescola para ir embora - exatos 17h50 de segunda-feira (15). Natural de Bandeirantes, região Norte do Paraná, ele caminhava pela Av. Rui Barbosa, uma das mais movimentadas da cidade, quando ao lado do Terminal Afonso Pena, acabou atingido por seis tiros. Luís morreu na hora, na esquina com a rua Leopoldo Précoma.
No local, poucas informações. A Polícia Científica identificou dois tipos de armas usadas no crime: uma pistola e um revólver. Mas, segundo a investigação, uma certeza: os atiradores não conheciam, ou conheciam pouco, o local.
Câmeras
Os dois atiradores fugiram em um carro cinza, onde diversas câmeras de segurança os flagraram (assista abaixo). "Muitas pessoas viram, o local é cercado por câmeras. A autoria está sendo analisada por meio das imagens de segurança, já que o ambiente onde o crime aconteceu é monitorado e possui muitas câmeras, e ainda muitas testemunhas", afirma o delegado Fabio Machado ao Portal Nosso Dia.
"Ele trabalhava há cinco anos em uma mesma empresa e ele não tem histórico de vida criminosa, não consta envolvimento com facção, tráfico de drogas ou crimes, nada disso. Uma pessoa tranquila. É um rapaz que, segundo as pessoas que o cercavam, tinha boa índole, que frequentava uma igreja, em uma vida normal. Ainda é desconhecida a motivação dessa execução, e não descartamos a hipótese desse jovem ter sido morto por engano", acrescenta o delegado.
Outras linhas
Mesmo diante de um possível erro dos atiradores na execução desse crime, o delegado Fabio Machado - bastante experiente - analisará outras linhas. "Vamos investigar outras linhas de investigação, obviamente, para tentar chegar até o motivo do crime. Ouviremos as pessoas que viram o crime, os amigos, familiares, colegas de trabalho. Talvez uma dívida, desavença ou até mesmo um motivo passional", completa ao Portal Nosso Dia. Está na linha de investigação, até mesmo, uma possível briga na cidade natal de Luís Felipe.
Para ele, a participação da população com informações sobre esse crime é fundamental para a elucidação do caso. "A população, inclusive, tem nos ajudado muito no alcance de resultados. Pedimos para que todos aqueles que têm informações sobre esse caso entrar em contato. Ou ainda, venham até a Delegacia de São José dos Pinhais para que possamos elucidar esse crime", finaliza.
Comoção
Amigos e familiares de Luís Felipe estão desolados com o crime. "Você era um dos pilar da nossa família. (...) Uma parte de nós morreu um pouco também. Você era uma luz, um servo fiel e temente ao Senhor, muito me alegra saber que todos que te conheciam viam o mesmo", escreveu uma familiar.
Logo depois, ela questiona: "A dor de te ver caído lá no chão, da forma mais brutal que se pode imaginar. Logo você, por que com você? Nunca saberemos", diz a postagem.
O sepultamento do vigilante Luís Felipe está programado para acontecer em sua cidade natal, no Cemitério Municipal de Bandeirantes, nesta quarta-feira (17) às 10 horas.
Nosso Dia