O jornalista Sérgio Cabral faleceu na manhã deste domingo (14), no Rio de Janeiro, aos 87 anos. Pai do ex-governador Sérgio Cabral Filho, Cabral tinha Alzheimer e estava internado em um hospital da capital. A causa da morte não foi informada.
"Ele resistiu por três meses. Peço que orem por ele, pela alma dele. Por tudo o que ele fez no Rio de Janeiro e no Brasil. Pela música e pelo futebol, pela família linda que ele construiu", declarou o ex-governador Sérgio Cabral Filho em suas redes sociais.
Sérgio Cabral era um renomado escritor, compositor e pesquisador da música brasileira. Carioca de Cascadura, torcedor do Vasco e grande entusiasta do samba, criou diversas obras, incluindo o musical "Sassaricando - E o Rio inventou a marchinha", em parceria com a historiadora Rosa Maria Araújo.
### Carreira e Contribuições
Cabral começou sua carreira aos 20 anos no jornal Diário da Noite como estagiário e passou a escrever sobre música no Jornal do Brasil. Definia-se como torcedor da Portela, mas tinha uma grande paixão também pela Mangueira, Salgueiro e Império Serrano. Na década de 1980, foi comentarista das transmissões dos desfiles de carnaval.
Fundador de "O Pasquim", Sérgio Cabral foi preso durante a ditadura militar devido à sua atuação no jornal. Convidado pelo jornalista Tarso de Castro e pelo cartunista Jaguar, ele integrou a equipe em 1969, no auge da repressão.
Cabral escreveu quase 20 livros, incluindo biografias de figuras icônicas da música brasileira como Tom Jobim, Pixinguinha, Nara Leão, Grande Otelo, Ataulfo Alves e Elizeth Cardoso.
Além do jornalismo, Cabral teve uma atuação política significativa. Foi vereador do Rio de Janeiro por três mandatos consecutivos, de 1983 a 1993, e conselheiro do Tribunal de Contas do Município até sua aposentadoria em 2007.
Seu acervo de mais de 60 mil itens, incluindo partituras e documentos, foi doado ao Museu da Imagem e do Som, contribuindo para a preservação da história da música popular brasileira.
Sérgio Cabral deixa esposa e três filhos.