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Britânicos devem eleger único líder progressista com maioria parlamentar entre grandes economias

Eleitores britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) escolher os 650 representantes da Câmara dos Comuns, a câmara baixa do Parlamento, que vão formar o novo governo do país.


Foto: Brasil de Fato

Eleitores britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) escolher os 650 representantes da Câmara dos Comuns, a câmara baixa do Parlamento, que vão formar o novo governo do país. Todas as pesquisas de intenção de voto indicam que o Partido Trabalhista deve alcançar maioria folgada para nomear o próximo primeiro-ministro, dando fim a 14 anos de administrações do Partido Conservador.

O grande favorito para se tornar premiê é Keir Starmer, ex-advogado dos direitos humanos e líder dos Partido Trabalhista. Algumas pesquisas indicam que os trabalhistas podem eleger um número recorde de parlamentares, dando ao novo governo tranquilidade para implementar suas políticas.

"É provável que na manhã de 5 de Julho, Starmer acorde como o único líder de centro-esquerda de uma grande economia com uma super maioria parlamentar, a grande esperança para os progressistas em todo o mundo", disse Mike Harris, analista político na revista Foreign Policy.

"O que está acontecendo no Reino Unido é, para dizer o mínimo, incomum para partidos de centro-esquerda. Os trabalhistas podem ganhar até 70% dos assentos na Câmara dos Comuns – uma vitória que poderia superar até mesmo a margem eleitoral do ex-premiê trabalhista Tony Blair, em 1997, oferecendo lições aos progressistas em todo o mundo."

"Um Starmer forte politicamente participará no G7 como um líder com total controle político, em forte contraste com os seus homólogos em França e Alemanha, Emmanuel Macron e Olaf Scholz, que enfrentam elevados índices de desaprovação e lutam para prosseguir com as suas agendas de governo."

Rico mesmo

Esse pleito é protagonizado por dois líderes com perfis antagônicos: Starmer e o conservador Rishi Sunak, atual primeiro-ministro e ex-banqueiro mais rico que o rei Charles III. Starmer, de 61 anos e vindo da classe trabalhadora, levou o partido ao centro, após o fracasso nas eleições de 2019 do seu antecessor Jeremy Corbyn, da ala esquerda trabalhista.

Já os conservadores estão sofrendo o desgaste de 14 anos no poder, com crises, escândalos e disputas internas nos últimos anos. Além disso, a decepção com o referendo que selou a saída do país da União Europeia e a condução da pandemia de covid, cobram seu preço.

"O Brexit não entregou o que prometeu, então, já há um arrependimento. Uma parcela significativa coloca isso na conta dos conservadores, porque o referendo foi convocado pelo ex-premiê David Cameron", diz Paulo Velasco, professor de Relações Internacionais da Universidade do Rio de Janeiro (UERJ), ao Brasil de Fato.

Para Giorgio Romano, analista da Universidade Federal do ABC, "o descontentamento da população não foi capitalizado pela extrema direita, mas sim pelos socialistas. Isso é até um um pouco irônico, porque em 1979 foi exatamente a Inglaterra que abriu a onda do neoliberalismo, com [a ex-premiê britânica Margaret] Thatcher, e agora é o país que não entra no caminho da extrema direita, mas que dá uma nova possibilidade à social-democracia, à centro-esquerda, algo que não está acontecendo na Europa continental. Isso é relevante", diz ele.

Paulo Velasco diz que o atual líder levou o partido mais ao centro, o que aumentou sua popularidade entre o eleitorado. "Isso é mais que exemplo, é tendência, não é exclusividade britânica. A esquerda tradicional perdeu fôlego na Europa, como o Podemos na Espanha e o Syriza na Grécia. Além claro de ver o Parlamento Europeu atual. Isso favorece partidos de centro-esquerda tradicionais como o PSOE espanhol e o Trabalhista inglês."

E o futuro?

Para Paulo Velasco, o novo governo deve ser "menos racista e xenófobo. Acho que a relação com a Europa deve melhorar. Eles não vão voltar para a União Europeia, mas o mal estar gerado pela saída pode acabar".

Romano aponta que "o principal opositor do governo não será o parlamento, os conservadores, mas o mercado financeiro, que pode aumentar o risco, os juros do país. A mesma história daqui. Em termos de geopolítica, não vai mudar nada: a aliança com os Estados Unidos, a Ucrânia, Gaza. Mas sim em termos de cooperação internacional."

"O Reino Unido é o país que, de longe, gasta maior porcentagem do seu PIB com cooperação para desenvolvimento e cooperação com outros países. Por isso, o Brasil está muito bem posicionado para fazer parcerias com esse novo governo."

Brasil de Fato

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