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Após reunião virtual com os EUA, Venezuela diz que países concordaram em comunicação 'respeitosa e construtiva'

Os governos da Venezuela e dos Estados Unidos abriram nesta quarta-feira (3) uma nova rodada de negociações.


Foto: Brasil de Fato

Os governos da Venezuela e dos Estados Unidos abriram nesta quarta-feira (3) uma nova rodada de negociações. A ideia é retomar o diálogo e as negociações comerciais entre os dois países. De acordo com o chefe da delegação venezuelana e presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, os dois países concordaram em manter as comunicações "de maneira respeitosa e construtiva" e se mostraram dispostos a "trabalhar em conjunto para ganhar confiança e melhorar as relações".

Essa reunião foi realizada de maneira virtual. Em nota publicada em seu perfil no X (ex-Twitter), Rodríguez afirmou que o governo venezuelano reforçou o pedido para que o governo estadunidense deixe de publicar "tergiversações" sobre esse diálogo. Na terça-feira, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Vedant Patel, afirmou que "dá as boas vindas a um diálogo de boa fé", mas afirmou que uma "mudança democrática não será fácil".

Rodríguez afirmou também que, para o governo venezuelano, é importante que as conversas se limitem ao acordo assinado entre os países no Catar no final de 2023. De acordo com ele, só dessa maneira será possível "continuar a recuperar a confiança mútua e as relações entre os governos, os princípios da autodeterminação, da soberania devem ser respeitados e reciprocidade".

O acordo feito entre os dois países no Catar foi assinado no final do ano passado e determinou que Washington liberasse o empresário Alex Saab e, em troca, Caracas anunciou a libertação de 10 estadunidenses presos no país. As conversas foram mediadas pelo governo catari. As duas partes também falaram sobre a derrubada das sanções e questões migratórias.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, havia anunciado na segunda-feira a retomada das negociações. Segundo ele, há a expectativa de que a Venezuela possa reabrir a embaixada em Washington e os consulados em Miami, Boston, Filadélfia, Nova York e Chicago. Ele falou também sobre a possibilidade de abrir um novo consulado no Texas para atender os migrantes venezuelanos do país.

::O que está acontecendo na Venezuela?::

"Recebi a proposta do governo dos Estados Unidos para restabelecer as conversas e o diálogo direto. Depois de pensar durante dois meses, eu aceitei. Se tudo der certo, eles devolverão o prédio que nos foi sequestrado. Que estes novos consulados tenham uma função social de estudo, de educação, de povo", frisou.

O último encontro entre os dois países foi realizado em 9 de abril na Cidade do México. O objetivo foi discutir a interferência estadunidense nas questões internas, sendo a principal delas, as eleições de 2024. Na ocasião, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano voltou a dizer que rejeita a interferência norte-americana e afirmou ter repassado aos representantes estadunidenses o acordo firmado em Doha sobre a suspensão das sanções e questões migratórias.

Caracas disse durante o encontro no México que os EUA não estão cumprindo com o que foi acordado e afirmou que os representantes venezuelanos foram "enfáticos" ao rejeitar ingerências "nos assuntos internos".

Relação EUA X Venezuela

A relação entre os dois países é tensa há pelo menos uma década. Os Estados Unidos começaram a impor sanções contra a economia venezuelana em 2013. O objetivo era pressionar o governo da Venezuela e tentar forçar a saída do chavismo do poder. Em 2019 os estadunidenses subiram o volume e passaram a limitar a venda de petróleo para outros países. O produto é a principal fonte de receitas do governo venezuelano há 1 século.

As medidas levaram o país sul-americano a uma grave crise econômica nos últimos anos. Em outubro de 2023, os EUA emitiram licenças para que a Venezuela pudesse vender seu petróleo no mercado internacional. A decisão do governo estadunidense foi tomada depois que o governo venezuelano assinou um acordo em Barbados com parte da oposição para definir as regras iniciais para a eleição de 2024.

O documento determinava que as eleições da Venezuela deveriam ser realizadas no segundo semestre de 2024, que haveria uma revisão das inabilitações e que o pleito contaria com a observação de organizações internacionais. A ultraliberal María Corina Machado era uma das personagens que estava inabilitada por "inconsistência e ocultação" de ativos na declaração de bens que ela deveria ter apresentado à Controladoria-Geral da República (CGR) enquanto foi deputada na Assembleia Nacional (2011-2014).

Ela pediu a análise de sua pena em dezembro de 2023 e a Justiça venezuelana emitiu a decisão no final de janeiro de 2024. Por conta disso, os EUA passaram a ameaçar o retorno das sanções e a queda das licenças. A principal delas, a licença 44, venceu em abril de 2024 e foi substituída pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos pela licença 44A, que determina que as empresas que mantêm negócios com a estatal petroleira PDVSA deveriam pedir autorização da Agência de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) dos EUA para retomar os negócios. Na prática, é uma forma de tornar o processo de negociação mais burocrático com a estatal venezuelana.

Eleições à vista

A corrida eleitoral do país está marcada para 28 de julho e tem 10 candidatos. O presidente Nicolás Maduro tenta a reeleição para um terceiro mandato. Ele enfrentará nove candidatos de oposição, sendo o principal deles o ex-embaixador Edmundo González Urrutia. Ele é apoiado por María Corina Machado, que está inabilitada por 15 anos pela Justiça venezuelana e não poderá concorrer.

Em junho, 8 dos 10 candidatos assinaram um acordo para respeitar o resultado das eleições. Edmundo se recusou a participar e não assinou o documento. Além dele, Enrique Márquez, do partido Centrados, não assinou.

Brasil de Fato

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