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Pontal do Paraná

Moradores de três balneários de Pontal do Paraná denunciam crime ambiental

Curso de canal com esgoto teria sido desviado atingindo as praias e tornando as águas impróprias para banho


Divulgação

Moradores dos balneários Grajaú, Marissol e Olho D´Água denunciam o descaso de autoridades governamentais e não governamentais em Pontal do Paraná e consequências desastrosas para o meio ambiente, com cerca de 5 mil metros quadrados de restinga destruídos por conta de um desvio feito no Canal Lagoa Amarela, que tem esgoto das cidades de Matinhos e Pontal do Paraná e agora atravessa os balneários – matando parte da fauna da região.

O Canal Lagoa Amarela é um afluente do Canal Rio Guaraguaçu e tem origem no balneário Guacyara (Matinhos), desembocando em Pontal do Paraná. Em todo percurso esse Canal Extravasor recebe vários dejetos e esgoto - que são despejados de forma clandestinamente no local, indo para o mar.

Originalmente, o desague era em uma região pouco habitada: o Balneário Olho D"Água. No entanto, em dezembro de 2022, após uma obra de micro drenagem para diminuir as enchentes no município, o curso do canal foi alterado entre os balneários Grajaú e Marissol - região de muitas casas, prédios e comércio, afetando a vida de proprietários, moradores e turistas, deixando o mar de balneários próximos poluídos e sem balneabilidade.

Para a realização da obra, segundo imagens que nos foram enviadas e os moradores da região, foi escavada a área da restinga (Parque Natural Municipal da Restinga) e que é de preservação permanente (APP), retirando areia e a vegetação local. A consequência diária é o aumento da erosão, a destruição da restinga e a poluição da água do mar.

"O canal é assoreado e sujo. Em vez de pontes e galerias, eles colocam manilhas que fazem rolhas de drenagem. O rio vem com vazão, diminui nas manilhas e provoca as enchentes. Eles deveriam era limpar mais a região e não cometer crime ambiental", disse uma moradora do Grajaú. "As obras afetaram o turismo da região, o comércio, os imóveis daqui. A praia ficou imprópria para o banho. Ninguém mais quer ficar aqui. O pessoal que comprou imóvel já quer ir embora".

Os moradores tentaram várias alternativas: protocolos, Ministério Público, IBAMA, IAT. Ninguém deu solução. A Prefeitura faz promessas, mas sem dar prazos. "Na minha opinião, o gestor poluiu, tirou a balneabilidade de três balneários e é responsável por isso. A Restinga foi retirada. A gente está bem preocupado", comentou outra moradora.

Já foram realizados protestos no Município, mas não surtiram resultados. Agora, os moradores estão colhendo assinaturas para protocolar nos órgãos públicos estaduais e na Câmara Municipal um pedido para solução urgente do problema. O abaixo assinado conta com 200 assinaturas virtuais e 200 por escrito. Quem quiser ajudar e assinar virtualmente pode acessar: AQUI.

No Ministério Público, a reportagem teve acesso aos autos 0188.22.000401-7. Este foi encerrado devido haver outro procedimento sobre o mesmo fato, de número 0188.22.000400-9. A Prefeitura de Pontal do Paraná foi procurada, e informou que ampliou a limpeza e desassoreamento do canal Lagoa Amarela. Trabalho iniciou entre Monções, Jardim Canadá e Jacarandá. O trabalho contará com uma máquina de grande porte (escavadeira hidráulica sobre esteiras). O cronograma prevê avanço em direção às avenidas Ilha do Mel e Copacabana, no Jardim Canadá, e depois em direção ao Jacarandá até o Rio Peri para dar vazão e velocidade no escoamento da água pelos canais.

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