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Liberdade de expressão

Arquivos divulgados por políticos dos EUA revelam crimes de extremistas brasileiros


Um relatório de 541 pĂĄginas, publicado pelo ComitĂȘ de Assuntos JudiciĂĄrios da Câmara dos Estados Unidos sobre supostos "ataques à liberdade de expressão" no Brasil, revela crimes praticados pela milĂ­cia digital bolsonarista e extremistas como o blogueiro Allan dos Santos — foragido hĂĄ quase trĂȘs anos da Justiça brasileira e que se mudou para os Estados Unidos para não ser preso.

São documentos que a rede social de Elon Musk enviou ao Congresso norte-americano depois do jogo combinado com o congressista Jim Jordan, um dos principais apoiadores de Donald Trump — herói dos bolsonaristas.

A Justiça brasileira havia pedido o bloqueio de contas no Twitter (atualmente X) em redes sociais da Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil (OACB), uma entidade que alimentou os polĂ­ticos de extrema-direita Gustavo Gayer, Bia Kicis e André Fernandes com a mais famosa fake news espalhada no calor do 8 de janeiro.

Eles divulgaram a farsa da senhora que teria morrido nas dependĂȘncias da PolĂ­cia Federal (PF) depois das prisões daquele dia. Nas redes, uma foto de um casting de agĂȘncia de publicidade foi usada para dar veracidade à história e "comprovar" a "tortura" que os apreendidos recebiam da PF.

Para dar credibilidade à história, eles usaram a silga da entidade chamada Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil (OACB) como se fosse a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Tudo isso estĂĄ no relatório publicado esta noite por esse comitĂȘ da Câmara dos EUA

Diz o relatório enviado ao Congresso dos Estados Unidos que o telefone do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi vazado na internet, quando passou a receber "diversas ligações de cunho ofensivo e amaças", no contexto dos ataques à democracia e da tentativa de golpe do dia 8 de janeiro de 2023.

Allan dos Santos foi pego telefonando diversas vezes para o telefone de Alexandre de Moraes com "palavras de agressivas e de ordem", "colocando em risco a segurança pessoal do ministro e de sua famĂ­lia". O vĂ­deo, que havia sido divulgado pelo próprio bolsonarista em suas redes, não estĂĄ mais no ar.

Segundo Estela Aranha, advogada brasilera e ativista de direitos digitais que trabalha para a Organização das Nações Unidas como membro do Alto Comissionado da ONU sobre InteligĂȘncia Artificial, a divulgação do relatório por polĂ­ticos americanos, com decisões da Justiça brasileira de teor sigiloso, trata-se de um "suposto escândalo".

"Nosso Congresso é soberano para editar nosso próprio regramento eleitoral. O Brasil quer escolhe as condutas que quer tipificar de crime eleitoral soberanamente. Gringo querendo colonizar nosso paĂ­s achando que temos que seguir a legislação dele e não ter a nossa. InacreditĂĄvel. Mais vergonhoso vir de um parlamentar na qualidade de presidente de uma Comissão no Congresso. Afronta a nossa soberania", escreveu Aranha em seu perfil no X.

"O Canal de denĂșncias do Ministério da Justiça recebeu mais de 100 mil denĂșncias (sobre o 8 de janeiro de 2023) que foram organizadas e encaminhadas para as autoridades competentes. O ministério abriu um canal de denĂșncias em que foram denunciados dezenas de grupos no Telegram com objetivo de promover ações (como a invasão dos palĂĄcios) visando golpe de estado. As denĂșncias foram encaminhadas para as autoridades competentes", disse Aranha.

As informações desse "suposto escândalo" trazidas pelo relatório não divulgam fatos novos para a Justiça, apenas revelam informações que jĂĄ estão sendo usadas contra os investigados e alimentam as redes sociais bolsonaristas com a ideia falaciosa de que Moraes e o STF praticaram censura.


Por Leandro Demori


ICL NotĂ­cias

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