Esportes

Hebert Conceição revela 'loteria' no terceiro assalto: 'Acreditei até o fim'

Por Correio 24 Horas

07/08/2021 às 14:46:57 - Atualizado há

Hebert Conceição com a medalha de ouro em Tóquio

O choro descontrolado e o beijo emocionado na medalha de ouro no pódio de Tóquio representaram toda a tensão sofrida pelo boxeador Hebert Conceição na final da categoria dos pesos médios (até 75 kg) diante do ucraniano Oleksabdr Khyzhniak, por nocaute técnico, a 1min29 do terceiro assalto, após acertar espetacular gancho de esquerda. Em entrevista, o brasileiro revelou sua estratégia para buscar a vitória, mesmo depois de ter perdido os dois primeiros assaltos.

"Eu tinha perdido dois rounds, tinha mais um, apesar de a pontuação ser adversa eu sabia que em 3 minutos dava para reverter com um nocaute. Se vocês perceberam no começo do round eu já fui para uma luta franca e falei, 'se tomar nocaute aqui não interessa, estou perdido, agora eu vou buscar o meu'. E sabia que na troca de golpes era loteria. Consegui conectar um bom cruzado, que eu treino muito também quando estou simulando situações de troca de golpes. Eu não sou nocauteador, sou mais estiloso. Mas também tem que treinar golpes encaixados para em situações como essa ter outras armas e outros planos para poder executar na hora. Acreditei até o fim e o nocaute veio. Essa medalha de ouro é para o Brasil", disse o atleta, de 23 anos, que estava atrás na opinião dos cinco jurados após os dois primeiros rounds por 20 a 18.

Baiano, de 23 anos, Hebert também falou da emoção ao receber a medalha. "Difícil falar a sensação, é incrível, uma emoção muito grande, senti e energia de todo mundo que estava torcendo. Eu pensei durante os rounds que tinha muita gente mandando energia por esse nocaute. Eu acreditei que eu podia e que bom que aconteceu, eu fui premiado e a gente merece."

O brasileiro também elogiou o adversário. "O atleta que eu enfrentei tem um jogo difícil de trabalhar, é um cara muito forte, intenso, é espetacular a forma física com que ele sempre se apresenta nas lutas. É um lutador incrível, respeito muito. Mas eu sabia da minha capacidade também. Treinei muito, levei muito a sério todo trabalho que foi passado durante o ciclo, durante toda minha iniciativa desde que comecei no boxe".

Perfil do campeão
Hebert, de 23 anos, natural de Salvador, repete o feito de Robson Conceição, campeão olímpico na Rio-2016. O boxe brasileiro volta ao ringue da Kokugikan Arena, neste domingo (8), a partir das 2 horas (de Brasília) com a também baiana Bia Ferreira, que vai disputar também a final, na categoria dos leves (até 60 kg), com a irlandesa Kellie Harrington.

Além de Robson, Bia e Hebert Conceição, o boxe brasileiro soma mais cinco medalhas em olimpíadas. Servílio de Oliveira foi bronze no México-1968, depois Esquiva Falcão, Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo subiram no pódio em Londres-2012. Robson Conceição foi campeão na Rio-2016 e Bia luta por mais um pódio, enquanto Abner Teixeira ficou com bronze entre os pesados em Tóquio.

Hebert comemorou muito após a luta (Foto: Wander Roberto/COB)
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Jornalista Luciana Pombo

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