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Saúde

Entidades cobram acesso de crianças e adolescentes à natureza e à proteção diante da crise climática

Bruno Spada/Câmara dos Deputados Nilto Tatto no ato de mobilização pelo direito das crianças à natureza Entidades da sociedade civil se mobilizaram no Congresso Nacional para cobrar do poder público o pleno direito do acesso de crianças e adolescentes ao meio ambiente equilibrado, como já está previsto na Constituição Federal, além de proteção especial diante dos atuais eventos climáticos extremos.


Nilto Tatto no ato de mobilização pelo direito das crianças à natureza

Entidades da sociedade civil se mobilizaram no Congresso Nacional para cobrar do poder público o pleno direito do acesso de crianças e adolescentes ao meio ambiente equilibrado, como já está previsto na Constituição Federal, além de proteção especial diante dos atuais eventos climáticos extremos.

O gerente de Natureza do Instituto Alana, JP Amaral, sintetizou as principais medidas esperadas com o evento, batizado de "Crianças e Natureza no Centro do Congresso". "Diretrizes e fomento para a educação com base na natureza, com modelo de educação que realmente priorize o brincar e o aprender ao ar livre; medidas de resposta a desastres e riscos em relação aos efeitos climáticos, com protocolos direcionados para crianças e adolescentes; e também um olhar para as populações mais vulneráveis, principalmente as crianças indígenas."

A mobilização, realizada na terça-feira (7), teve o apoio da Coalizão pelo Clima, Crianças e Adolescentes (Clica) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Essas entidades partem do fato de que as crianças estão entre os grupos mais vulneráveis às mudanças climáticas, com projeções negativas também para o exercício futuro de cidadania e de qualidade de vida.

Segundo JP Amaral, as entidades querem mudar o atual quadro de urbanização que mantém crianças e adolescentes "emparedados" em edificações com poucas áreas verdes. "Hoje, a gente tem 82% da população brasileira vivendo nas cidades. No modelo de urbanização que a gente tem, isso implica esse distanciamento da natureza, em que as áreas verdes são restritas a pequenas praças e parques distantes. Quando a gente olha para as desigualdades sociais, isso é ainda mais forte, com a periferia tendo ainda maior supressão dessas áreas verdes", descreveu.

Efeitos na saúde
Outro dado do Instituto Alana mostra que 61% das escolas brasileiras têm déficit de natureza e de área externa. JP Amaral citou alguns dos efeitos negativos na saúde e na sociabilidade de crianças e adolescentes.

"Maior índice de miopia por causa do excesso de tela que as crianças estão tendo, maior índice de obesidade pela falta de atividade física ao ar livre e problemas de saúde mental por conta dessa falta de acesso à natureza de forma geral", lamentou.

O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Nilto Tatto (PT-SP), apoiou a mobilização no sentido de incentivar a formulação de novas leis ambientais a partir do olhar de crianças e adolescentes. "Nós temos, na Constituição, um artigo específico sobre o cuidado com crianças e adolescentes. Também na Constituição brasileira, há um artigo relacionado ao meio ambiente equilibrado, inclusive para as futuras gerações. É um grupo vulnerável e, por isso, é importante esse evento para buscar a formulação e a aprovação de legislação que contribua para a gente ter qualidade de vida para todos e, em especial, para crianças e adolescentes", apontou.

Educação climática
Em audiência recente da Comissão de Meio Ambiente sobre educação climática, alunos do ensino fundamental de escolas públicas de Brasília manifestaram a preocupação com o futuro diante das mudanças climáticas, como foi o caso de Gael Schelb. "Quem mais tem a perder somos nós, os mais jovens, que corremos o risco de enfrentar, a cada dia, temperaturas mais extremas. Somos nós que teremos de arcar com as consequências presentes e futuras das mudanças climáticas", protestou.

A estudante Débora Braga cobrou medidas urgentes. "Estamos sentindo na pele o aumento da temperatura nas nossas cidades e em nossa sala de aula. Estamos correndo risco de ter escassez de água. Precisamos urgentemente realizar mudanças em favor da continuidade da vida. Não temos mais tempo para esperar."

Durante o evento na Câmara, as entidades da sociedade civil lançaram o Manifesto do Direito das Crianças e Adolescentes à Natureza.

Agência Câmara

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