Educação Ciência

Estudos avaliam resistência de pragas da soja a defensivos agrícolas

Por O Perobal

29/07/2021 às 10:33:37 - Atualizado há

Renata orienta os trabalhos de Larissa Forim Pezenti, que estuda a resistência da lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis) a um agrodefensivo biológico feito com base no BT (bacillus thuringiensis), e de Jaqueline Dionísio, que analisa a resistência do percevejo marrom (Euschistus heros) ao inseticida químico organofosfarato. "Ambas as pesquisas estudam insetos que estão em estágio descontrolado de reprodução. São problemas sérios nas lavouras", avaliou Renata.

A pesquisa é feita em parceria com a Embrapa Soja, com o pesquisador Daniel Ricardo Sosa Gomez, e o professor Rogério Fernandes de Souza, coordenador do Laboratório de Bioinformática e professor do Departamento de Biologia Geral.

Mecanismos de resistência

Percevejo marrom (FOTO: Projeto/CCB).


Segundo Jaqueline, a resistência do percevejo marrom ao inseticida ocorre por motivos variados, desde a aplicação contínua do defensivo a problemas de ordem ambiental. Ao não observar resultado com a pulverização, o produtor aplica mais e mais em uma mesma região, o que seleciona os percevejos resistentes por seleção genética.

"O modo de ação é o mesmo e os insetos tendem a ficar concentrados, sem se dispersar. Isso cria mecanismos de resistência, os quais estamos avaliando", comenta. Entre os mecanismos de resistência, que são provocados por alterações genéticas dos percevejos, estão o de identificação do odor do inseticida, o da alteração da cutícula (que retarda a entrada do inseticida no organismo) e, por fim, o de um conjunto de genes que retarda o metabolismo do inseto e dificulta a absorção.

Em todos os casos, a pesquisa passa por encontrar um controle biológico não-agressivo ao meio ambiente, ou reduzir a aplicação dos defensivos químicos. "São produtos ofensivos à saúde e ao meio ambiente, se usados demais. Tudo isso ocorre, também, pois muitos produtores não respeitam os 10% de refúgio para não cultivo de soja transgênica", avalia a pesquisadora.

Já o controle da lagarta da soja – que pode desfolhar todas as regiões da planta, das folhas à raiz – é feito pelo BT. A pesquisa confronta o desempenho de plantas expostas ao bacilo e não expostas para avaliar prováveis mudanças genéticas. "Encontramos, nos genes dos insetos analisados que tiveram contato com o inseticida, receptores de toxinas, mas o comportamento delas é bem complexo. O nosso grande achado da pesquisa foi esse, por enquanto", avalia a pós-graduanda.

Pesquisas na área desde 2015

O grupo de pesquisa coordenado por Renata está ativo desde 2015 e acumula trabalhos na área. Larissa e Jaqueline, por exemplo, já concluíram o mestrado como pesquisadoras do grupo e prosseguem na pesquisa. Compõem o grupo cerca de 10 pesquisadores, da pós-graduação à graduação, com bolsistas de Iniciação Científica (IC) Júnior, mestrado e doutorado, além de professores.

Fonte: O Perobal
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