"Dentro desse universo de violĂȘncia contra a mulher, a cibernética é muito expressiva", afirmou a promotora de Justiça, ao participar de oitiva nesta segunda-feira (21) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Combate à ViolĂȘncia Cibernética contra as Mulheres da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
A coordenadora acredita que o nĂșmero de casos é maior, pois muitas vĂtimas tĂȘm medo de denunciar. Ela cita que, em julho de 2023, dos 8.073 expedientes atendidos pela Ouvidoria do MPRJ, apenas 125 tratavam de violĂȘncia contra mulheres. Os canais de denĂșncia são site, e-mail e Sala LilĂĄs. A ouvidoria realiza também campanhas itinerantes, que são presenciais, quando é identificado o aumento de relatos de mulheres. Segundo ela, o MPRJ estuda medidas para que as mulheres se sintam seguras a denunciar sob anonimato.A presidente da CPI, deputada Martha Rocha (PDT), defende que os profissionais responsĂĄveis pelo primeiro atendimento às vĂtimas passem por capacitação. "É necessĂĄrio uma interlocução entre as ĂĄreas da saĂșde e educação para que o profissional da emergĂȘncia médica, no momento em que recebe uma mulher com indĂcios de automutilação, possa ter a sensibilidade para encaminhĂĄ-la ao tratamento psicológico e mostrar que ela pode ter sido vĂtima de violĂȘncia cibernética", explicou.
A relatora da comissão, deputada Ăndia Armelau (PL), abordou os perigos da exposição de crianças e adolescentes em redes sociais, mesmo com autorização dos pais e responsĂĄveis. De acordo com ela, hĂĄ depoimentos de influencers que deixaram de publicar conteĂșdos na internet após receberem mensagens de ódio. "Fico muito preocupada com as crianças que são expostas, principalmente no que diz respeito à pedofilia e pornografia infantil".
* Com informações da Alerj
AgĂȘncia Brasil