Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Destaque

Militares frustram ataque contra comboio que levava cidadãos chineses no Paquistão

Um ataque reivindicado pelos separatistas do Exército de Libertação Baluchi (ELB) colocou em risco a vida de um grupo de cidadãos chineses no Paquistão no domingo (13).


Um ataque reivindicado pelos separatistas do Exército de Libertação Baluchi (ELB) colocou em risco a vida de um grupo de cidadãos chineses no Paquistão no domingo (13). A ação rápida das forças armadas paquistanesas permitiu que os alvos escapassem ilesos, segundo informações da rede CNN.

O ELB atacou um comboio que conduzia engenheiros da China na província do Baluchistão, no sudoeste do Paquistão. A região, que sedia diversos projetos financiados por Beijing em parceria com Islamabad, é palco da violência conduzida por grupos separatistas.

Reagindo ao ataque, o exército paquistanês diz ter matado dois agressores, com dois soldados feridos na troca de tiros. O confronto teria durado cerca de duas horas, de acordo com o governo local.

O incidente gerou uma manifestação de repúdio de Beijing. "A China continuará a trabalhar com o Paquistão para prevenir e responder à ameaça do terrorismo e proteger efetivamente a segurança do pessoal, instituições e projetos chineses no Paquistão", disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

No mesmo comunicado, Wang afirmou que "qualquer tentativa de minar a amizade China-Paquistão e a construção do Corredor Econômico China-Paquistão (CPEC) nunca terá sucesso".

Soldado do exército do Paquistão, foto de novembro de 2018 (Foto: Wikimedia Commons)
Por que isso importa?

Cidadãos chineses têm sido regularmente alvo de separatistas baluchis. A rejeição à China está atrelada à relação comercial entre Beijing e Islamabad, que inclui uma série de projetos de infraestrutura chineses no Baluchistão, inseridos na Nova Rota da Seda (BRI, na sigla em inglês, de Belt And Road Initiative).

O Baluchistão se estende por três países, Paquistão, Irã e Afeganistão. É uma região árida, montanhosa e rica em recursos minerais, cujo nome vem dos baluchis, um povo muçulmano essencialmente sunita que é originário do Irã e habita a área.

A porção paquistanesa é a mais extensa e tem sido palco de muita violência nos últimos anos. Grupos separatistas que atuam na região entraram em conflito com o governo do Paquistão, o que gerou milhares de mortes desde 2004. Organizações extremistas islâmicas ajudam a aumentar a tensão.

A luta dos separatistas é por maior autonomia política em relação a Islamabad e pelo direito de explorar os vastos recursos da região. Isso gerou desavenças particularmente com a China, sob a acusação de que o Corredor Econômico China-Paquistão (CPEC), anunciado em 2015, estaria sugando as riquezas sem melhorar as condições da população local.

Com um orçamento de US$ 60 bilhões, o CPEC projeta ligar a cidade portuária de Gwadar, no Baluchistão, a Xinjiang, no noroeste da China, por meio de rodovias e ferrovias. O acordo ainda prevê projetos de energia para atender às necessidades de abastecimento do Paquistão.

Os baluchis argumentam que o projeto bilionário de infraestrutura não tem beneficiado a região, enquanto outras províncias paquistanesas colhem os frutos. O caso gera protestos generalizados, e os chineses são vistos como invasores dispostos a extrair as riquezas locais.

O principal grupo radical atuante no Baluchistão é o Exército de Libertação Baluchi (ELB), que em 2019 foi inserido pelos EUA na lista de grupos terroristas internacionais. A Frente de Libertação do Baluchistão (BLF) é outra organização de forte presença na região.

A Referência

Ásia E Pacífico Destaque Oriente Médio Segurança Internacional Baluchistão China Paquistão

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!