Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Assentamento Contestado

Superintendente do Ministério da Saúde visita assentamento Contestado, no PR

No Dia Nacional da Saúde, 5 de agosto, a visita reforçou a iniciativa do atual governo em dialogar com a sociedade


Foto: Jade Azevedo

No último sábado, 5, Luiz Armando Erthal, superintendente do Ministério da Saúde no Paraná, conheceu a Unidade Básica de Saúde (UBS) Chica Pelega, no assentamento Contestado, Lapa, região sul do Paraná, e conheceu o coletivo de mulheres da saúde e a sala de medicinas integrativas que está dentro da unidade de saúde.

Junto com o coletivo de mulheres estavam assentadas e assentados que mostraram os diversos espaços do assentamento e todo trabalho desenvolvido pelas famílias na produção de alimentos agroecológicos.


Maria Natividade, assentada e integrante do coletivo, explica que na saúde popular e na agroecologia a mata é uma farmácia viva, e que as famílias solicitaram que dentro da unidade de saúde elas pudessem ter um espaço de medicina integrativa. "Temos a iniciativa aqui de bioenergia, que começa com a gente ouvindo a pessoa. A partir desse acolhimento, os pontos energéticos da pessoa vão dizer o que o corpo precisa. O tratamento já começa com a comida sem veneno, as ervas medicinais e isso anda junto com o meio ambiente, a permacultura, a agroecologia, esse cuidado geral indivíduo e natureza".


Luiz ressaltou que a ministra da saúde, Nísia Trindade Lima, quer um governo que esteja em diálogo com a sociedade e por isso estava ali. "A nova orientação do Ministério é de conversar com a comunidade, escutar o que a sociedade e as comunidades têm a dizer, e este diálogo que começamos aqui com o MST é de fundamental importância", ressaltou.


Agroecologia e bioenergia cuidando da terra e promovendo a vida

A Unidade de Saúde Chica Pelega, garante o atendimento convencional com várias especialidades, em diálogo permanente com a Saúde Popular, por meio das terapias naturais como bioenergia e chás – inclusive com uma horta medicinal ao lado do terreno da UBS.


Maria conta que foi uma luta de muitos anos, e as famílias quando solicitaram a UBS já demandaram um espaço para as práticas de saúde integrativa. "Nós sofremos muito, mas cederam esta sala", relembra. Segundo ela, na peleia o Assentamento conseguiu até um biodigestor para a água (equipamento que permite a redução dos custos com energia e adubação, além dos benefícios ao meio ambiente e para quem a consome).


No diálogo com o superintendente, o coletivo de mulheres da saúde apresentou o que o movimento entende como saúde popular e o que esperam de parceria com o ministério para seguir desenvolvendo seus conhecimentos e gerando renda. "Junto com a UBS a gente tem as benzedeiras, auriculoterapia e outras terapias e queremos ampliar nossos conhecimentos na área da saúde popular e para isso precisamos de um espaço apropriado", afirmou.


Jéssica Cordeiro, assentada, ressaltou a importância do ministério pensar em ações de produção de ervas medicinais. "Quem produz é o pequeno agricultor e a agricultura familiar, então nós precisamos de incentivo, formação, de cursos de cuidado com pragas e até programas de aumento de renda para se aproveitar o máximo possível da planta. Isso é importante até para o jovem que sai do campo porque não tem renda", ressaltou.


O superintendente reforçou a importância das pesquisas e dos programas de plantas medicinais do SUS, e ressaltou que dentro deste projeto, consolidado como portaria GM/MS 1 em setembro de 2017, havia financiamento. "Espero que este programa seja retomado como o Mais Médicos, Farmácia Popular, Saúde na Escola e vários outros voltaram, porque existiam e depois foram desmantelados no governo anterior", afirmou.


Ele ainda ressaltou que o SUS recebeu muitas propostas na área de plantas medicinais na 13ª Conferência Estadual de Saúde do Paraná e disse que a ministra Nísia foi positiva ao receber estas propostas que vão ter espaço nas políticas públicas do SUS. Segundo ele, unir forças para reconstruir o país não é somente um slogan é uma proposta de trabalho e para isso é preciso envolver outros setores, universidades e ministérios. "É importante a integração de estímulo, recurso, condições para atuar na área de plantas medicinais.


A função da saúde popular é incluir os excluídos

Dona Maria ressaltou que a UBS Chica Pelega é muito fortalecedora. "Sabemos que esse é só o início. vamos buscar mais direitos na linha da saúde popular e da agroecologia. Nosso sonho é chegar em outros lugares, aqui sendo a sementeira. Vai ser uma experiência muito forte e exemplar que daqui vá para outros espaços no campo, na cidade, dos quilombolas e indígenas, porque a função da saúde popular é incluir os excluídos".


As integrantes do coletivo apresentaram ao superintendente a proposta de transformação da UBS em uma Unidade de Saúde Popular, com estruturação de casa das terapias, um horto medicinal e contratação de equipe multidisciplinar, além de potenciar com cursos de nível técnico e superior.


Após a conversa, Luiz fez uma consulta de bioenergia, conheceu o horto medicinal, a cooperativa de alimentos e almoçou na Escola Latino Americana de Agroecologia (ELAA).

MST-PR

Luiz Armando Erthal Ministério da Saúde no Paraná Unidade Básica de Saúde UBS Chica Pelega Contestado Lapa saúde Nísia Trindade Lima Agroecologia bioenergia 13ª Conferência Estadual de Saúde Escola Latino Americana de Agroecologia ELAA

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!