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Reforma que muda o sistema de impostos no país segue para o SenadoDepois de uma semana de intensa articulação para conseguir aprovar a reforma tributária na Câmara, o governo quer que a tramitação no Senado também seja breve.O cálculo do Planalto prevê que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) seja promulgada até outubro deste ano. Os senadores, no entanto, afirmam que querem tempo.Segundo articuladores do governo, o objetivo é receber o texto e despachar em agosto para análise da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado.O ideal para agilizar o processo, segundo fontes ouvidas pelo blog, seria tramitar somente na CAE, sem precisar passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Audiências públicas que forem necessárias também podem ser programadas na CAE.O presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), é de um estado com governador contrário à reforma, Ronaldo Caiado (União), o que pode fazer com que ele estique a tramitação no colegiado.Outro ponto primordial para o avanço célere da PEC é a escolha do relator. Com as negociações em aberto, o que está certo é que o escolhido deverá ser um aliado do governo – não da esquerda, mas de centro.Dois partidos são cotados: MDB, segunda maior sigla da base do governo, e União Brasil. Os senadores Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e Eduardo Braga (MDB-AM) têm ganhado força para indicação ao posto.O objetivo do governo é que até o fim de agosto ou, no mais tardar, início de setembro, a proposta da reforma tributária seja colocada em votação no plenário principal do Senado.O texto aprovado pela Câmara deve ser alterado pelos senadores e, por isso, o governo já entende que ainda voltará para a análise dos deputados.Por ora, a projeção do Planalto é que o andamento da PEC no Congresso termine até o fim de setembro. Com isso, a proposta poderá ser promulgada em outubro ou novembro."É uma proposta ousada, mas se o presidente [da Câmara] Arthur Lira conseguiu em uma semana colocar uma tramitação de 30 anos, o Senado não pode ficar atrás", disse uma fonte ao blog.A discussão sobre um novo sistema tributário brasileiro se arrasta há quase 30 anos no Brasil. No fim da noite de quinta (6) e madrugada de sexta (7), a Câmara votou o texto em dois turnos.Em primeiro, foram 382 votos a favor e 118 contrários. No segundo, foram 375 votos a 113, além três abstenções. Eram necessários 308 votos para a aprovação da proposta.