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Política

Órgão do Senado projeta déficit de 1% do PIB em 2024; meta do novo arcabouço fiscal é zerar rombo

Instituição Fiscal Independente avalia que incerteza em relação às receitas aumenta risco de descumprimento da meta.


Instituição Fiscal Independente avalia que incerteza em relação às receitas aumenta risco de descumprimento da meta. Nova regra para o controle das contas públicas foi aprovada pela Câmara nesta semana. A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal, projeta déficit primário de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. A avaliação consta no Relatório de Acompanhamento Fiscal de maio, divulgado nesta quinta-feira (25).

O déficit primário acontece quando as despesas com impostos ficam acima das receitas, desconsiderando os juros da dívida pública. Quando acontece o contrário, há superávit.

Já o PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

A projeção da IFI está acima das expectativas previstas pela equipe econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante a discussão do novo arcabouço fiscal, mecanismo que vai estabelecer novas regras de controle das contas públicas.

Aprovado nesta semana pela Câmara dos Deputados e enviado ao Senado, o arcabouço fiscal estabelece como meta zerar o déficit em 2024.

Pela nova regra, a meta de resultado primário será considerada "cumprida" no próximo ano se ficar entre superávit de 0,25% e déficit de 0,25%.

É um modelo similar ao da meta de inflação que já existe hoje — que trabalha com um valor central e um intervalo de tolerância, para mais ou para menos.

Câmara aprova texto-base do arcabouço fiscal

Na avaliação da IFI, porém, é elevado o risco de descumprimento da meta estipulada pelo arcabouço.

"Esse risco decorre da necessidade de ampliação das receitas primárias para fazer frente às metas previstas para os próximos anos", diz o relatório.

"A complexidade da regra fiscal e a dependência de fontes de financiamento que ainda não foram apresentadas aumentam os riscos de descumprimento das regras propostas no médio prazo."

O ministro da Fazenda já estimou ser necessário ampliar a receita do governo em um montante entre R$ 110 bilhões e R$ 150 bilhões para viabilizar as metas contidas na proposta de arcabouço fiscal.

Regra 'complexa'

A IFI considera que o modelo do novo arcabouço fiscal é mais flexível do que o teto de gastos — atual regra para controle dos gastos públicos com crescimento das despesas fica limitado à inflação do ano anterior —, mas "extremamente complexo".

O relatório da IFI cita um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo o qual um bom desenho de regra fiscal precisa atender a três critérios:

assegurar a sustentabilidade da dívida pública;

ter incentivos para melhorar o cumprimento da regra;

e ser flexível o suficiente, mas sem sacrificar a simplicidade.

A partir desse conceito, a IFI avalia que "o princípio da simplicidade não foi atendido nesta proposta de novo arcabouço fiscal".

Em linhas gerais, a proposta do arcabouço fiscal aprovada pela Câmara prevê:

intervalos de tolerância para as metas de resultado primário;

piso de 0,6% e teto de 2,5% para o crescimento real das despesas primárias da União;

crescimento das despesas atrelado ao crescimento das receitas;

piso para investimentos públicos;

bônus para investimentos em casos de excesso de resultado.

G1

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