Polícia

Líderes de igreja neopentecostal são presos por submeter crianças a trabalho escravo em Maringá

Por Reportagem: David Musso

23/07/2021 às 20:42:22 - Atualizado há
Foto: divulgação/PCPR


Três líderes religiosos foram presos em Maringá, no norte do Paraná, na manhã desta sexta-feira (23). Eles são suspeitos de submeter crianças a trabalho análogo à escravidão. Os presos integram a uma mesma família – pai, mãe e filho são pastores da Igreja das Nações da Poderosa Mão de Deus, de vocação neopentecostal. Segundo as investigações, eles aliciaram e submeteram ao menos cinco crianças a trabalhos forçados, em uma pizzaria vinculada à igreja.

A delegada chefe da operação policial, Karen Friedich, detalha como agia o grupo.

Os suspeitos atraiam as vítimas, ao afirmar que a venda das pizzas seria uma obra divina e que o dinheiro seria doado para o tratamento de crianças com câncer. Com isso, os menores passavam a trabalhar sob a ordem dos pastores, com a permissão dos responsáveis pelas vítimas. Após o aliciamento, as crianças eram submetidas a trabalhos forçados, em rotinas que chegavam a 18 horas por dia. Quando havia falhas na prestação de contas do número de pizzas vendidas, ou quando as crianças alegavam cansaço, elas sofriam agressões verbais e ameaças de agressões físicas.

A delegada comenta que uma arma apreendida, era usada com esse objetivo pelos pastores investigados.

Uma adolescente de 13 anos foi obrigada pelos pastores a trabalhar como empregada doméstica, na casa dos líderes religiosos. Ainda conforme a polícia, os pais que tentavam contestar o grupo também eram agredidos e ameaçados. Durante o cumprimento dos mandados de prisão e apreensão, a polícia e vigilância sanitária interditaram a igreja que armazenava em um galpão pizzas impróprias para o consumo.

As três pessoas presas: um apóstolo, uma bispa e um pastor, viviam em casas de luxo. Nas residências, os policiais apreenderam grande quantidade de dinheiro em espécie, uma arma de fogo e documentos. Conforme a Polícia Civil, o alto padrão de vida era sustentado pelo trabalho escravo. Um bastão também foi encontrado. A suspeita é que a arma branca era usada para agredir as crianças que se negavam a trabalhar.

Segundo as investigações, os adolescentes também eram mantidos em cárcere privado nos fundos da igreja. A reportagem entrou em contato, por telefone, com a igreja administrada pelos investigados que preferiu não se manifestar.

Fonte: BandNews
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Jornalista Luciana Pombo

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