Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Últimas Notícias

Tarifas de energia no Paraná devem ficar mais caras com privatização da Copel


No final de novembro de 2022, em menos de cinco dias, foi aprovada e sancionada lei que permite a privatização da Copel, a Companhia de Energia do Paraná. Agora, deputados da oposição tentam mobilizar o governo federal e a sociedade para barrar a venda da estatal. Entre os principais motivos contra a privatização está o impacto negativo para a população, como o aumento das tarifas e a piora dos serviços prestados.

"Não é erro afirmar que as tarifas ficarão mais caras", afirmou Leandro Grassmann, presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR), em audiência pública realizada na segunda (17), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

Ele ilustrou sua afirmação com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel): entre as companhias estatais, a Copel é a que tem, atualmente, a tarifa mais barata. Comparando com estados que privatizaram suas companhias de energia, como São Paulo e Rio de Janeiro, as tarifas são mais altas que as praticadas no Paraná (veja gráfico abaixo).

Segundo o governo do Paraná, as tarifas não poderiam ser elevadas por decisão da companhia, uma vez que é a Aneel quem determina o valor máximo permitido de reajuste. "Hoje a Copel é guiada por "Investimento Prudente", que é todo aquele investimento em redes ou em geração que é reconhecido pela agência reguladora e que, portanto, vai fazer parte da composição da tarifa que nós pagamos. Quem determina a tarifa é a concessionária, pedindo autorização da Aneel, e levando ao nível máximo que foi permitido", explicou Grassmann, contrapondo o argumento do governo.

Empresa estatal, lógica privada

O economista e supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PR), Sandro Silva, explicou que no governo Ratinho Junior (PSD) a Copel já vem trabalhando com uma lógica privada, de priorização dos lucros e dividendos aos acionistas.

Dados compilados pelo Dieese exemplificam a questão: de 2018 a 2022, houve queda de 9,31% nos investimentos da Copel. Por outro lado, os dividendos pagos aos acionistas tiveram aumento de 156,31%. "Se privatizar, perde o controle sobre a empresa. Outra questão importante é o fato de que a empresa pode ser utilizada para fazer políticas públicas, como ocorreu ao longo do tempo. Se privatizada, acaba essa possibilidade de [por exemplo] criar uma tarifa diferenciada, uma isenção para algumas pessoas", disse o economista.

Em nota técnica sobre privatização, desnacionalização e terceirização no setor elétrico brasileiro, o Dieese aponta a importância da manutenção de empresas de energia sob controle do Estado como forma de priorizar objetivos para o bem da população, como "o desenvolvimento de energias renováveis e o controle de energias não renováveis, o fortalecimento de economias locais, preços mais acessíveis aos consumidores e acesso a toda a população".

Para o presidente do Senge-PR, Leandro Grassmann, é impossível conciliar interesses privados, de acionistas, com os interesses da população. "A estatal serve à população. O mindset privado serve para gerar lucro para os acionistas. Se você vai gerar lucro para acionistas, você não vai trabalhar para a população", afirmou.


Empresas privatizadas cobram energia mais cara / arte_Vanda Moraes

Brasil de Fato

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!