G1
Entenda o caso das joias que o governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente para o BrasilO PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, vive um momento de incômodo e silêncio conforme avançam as investigações sobre a tentativa da comitiva presidencial de trazer ao Brasil, sem declarar à Receita, joias avaliadas em R$ 16,5 milhões para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro.Integrantes do partido ouvidos pelo blog relatam que a ala "raiz" da legenda, sem conexão ideológica com o bolsonarismo, está incomodada com a nova crise. Esse grupo acredita que o episódio deveria ser esclarecido com rapidez para não atrapalhar os planos polÃticos da sigla – inclusive os da própria famÃlia Bolsonaro, hoje representados por uma eventual candidatura de Michelle.Reservadamente, outro interlocutor do PL fez questão de dizer que a ala entende que "esta não é uma questão partidária". "Tudo aconteceu quando Bolsonaro estava no poder", diz.O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, segue a mesma linha – e, desde o inÃcio do escândalo, tem preferido manter o silêncio.Joias confiscadas: linha do tempo mostra investidas do governo BolsonaroValdemar e seu entorno aguardam que os envolvidos na história se expliquem, ou pelo menos deem a sua versão dos fatos. Para o presidente do PL, a posição de espera é um movimento de defesa, mas também de recado aos aliados de Bolsonaro que devem explicações.Michelle Bolsonaro, enquanto isso, tem recalculado a própria rota. Considerada um dos personagens com maior potencial para devolver a famÃlia ao poder, a ex-primeira-dama foi à sede do PL nesta segunda (6) para escolher assessores – a equipe deve incluir também militares.Michelle foi orientado pelo partido a, por enquanto, evitar comentários sobre o caso, porque a crise ainda tende a crescer. A equipe estratégica avalia que eventuais falas de Michelle podem se voltar contra ela.