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Síndrome do pensamento acelerado de Dani Russo, não existe, dizem médicos


"Minha ansiedade dói na mente, dói no meu corpo, não me deixa respirar", afirmou Russo em postagem nas redes sociais.

De acordo com o psiquiatra Elie Cheniaux, professor de psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e docente do programa de pós-graduação em Psiquiatria e Saúde Mental da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a menção à síndrome só aparece nas obras de Augusto Cury, psiquiatra e escritor brasileiro conhecido por livros como "O vendedor de sonhos".

Na obra "Ansiedade - Como enfrentar o mal do século", com subtítulo "A Síndrome do Pensamento Acelerado: como e por que a humanidade adoeceu coletivamente, das crianças aos adultos", em que apresenta a suposta doença, Cury cita que ela seria produzida pelo "desgaste cerebral intenso" decorrente da aceleração do pensamento.

Alguns dos sintomas seriam mente inquieta ou agitada, insatisfação e sofrimento por antecipação. As causas decorreriam do excesso de informação, trabalho intelectual e uso de celulares e computadores, por exemplo.

"O pensamento acelerado é um sintoma inespecífico, acontece em vários transtornos mentais", afirma Cheniaux. Segundo ele, a vivência pode ser mais comumente associada à ansiedade, que nem sempre é patológica.

"Na ansiedade, pode haver essa sensação de que os pensamentos estão mais rápidos, mas não vai haver só essa vivência. São muitas as manifestações, como tremores, falta de ar, taquicardia e tensão muscular", diz o médico.

Cheniaux explica que sentir ansiedade é natural e pode ser benéfico. "A ansiedade mobiliza o indivíduo a enfrentar dificuldades ou fugir delas quando não há solução."

Nos casos, entretanto, em que o sintoma não é justificável e gera prejuízos no dia a dia, a pessoa precisa procurar um especialista para fazer o diagnóstico correto. Segundo o psiquiatra, o tratamento varia de acordo com o tipo de transtorno identificado.

Katia Mecler, psiquiatra e professora do programa de pós-graduação em Psiquiatria Forense da UFRJ, reforça que a síndrome de pensamento acelerado não é classificada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como uma doença.

"No transtorno bipolar, na fase da mania, que é uma fase de euforia e de aceleração, pode haver o pensamento acelerado. Ele pode ser um sintoma de outros transtornos, mas por si só não é considerado uma doença", afirma.

A médica recomenda o cultivo de hábitos saudáveis para a proteção contra a ansiedade, como fazer exercícios físicos. Segundo ela, também é importante criar oportunidades diárias para relaxar. Algumas atividades que podem ajudar são a leitura, a meditação, o contato com a natureza ou outras iniciativas que garantam momentos de descontração.

"É um ato de resistência criar minutos por dia para entrar em contato com aquilo que faz o sistema de alguém não ficar em tensão o tempo inteiro", diz.

Mecler também recomenda que as pessoas busquem ter mais consciência das próprias emoções. "Acho que grande parte dessas doenças psíquicas vêm da necessidade contínua de viver o tempo inteiro na demanda do mundo externo", aponta. "Quanto mais uma pessoa sabe o que está sentindo, mais ela encontra recursos para, inclusive, procurar ajuda na hora certa."

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