Um exorcismo foi realizado em Maringá em 1955, pelo padre jesuíta Benno Wagner. Anos depois, o caso se tornou parte de seu livro "Maringá, Cidade Canção: Volta às raízes". O GMC Online relembra essa história misteriosa de nossa cidade.
O padre Benno foi o segundo pároco da Paróquia São José Operário e, enquanto esteve na cidade, realizou um exorcismo na Estrada Guaiapó. O relato diz que a casa tremia e que ninguém conseguia dormir. Foi quando um dos moradores resolveu pedir ajuda ao padre.
Quando chegou, tudo estava normal no ambiente, mas assim que começaram a rezar, a casa inteira tremeu. Veja um trecho do livro:
“Era semelhante a um terremoto. A casa tremia. Objetos caíam no chão. Parecia um violento abalo sísmico. Todos os presentes, com os olhos esbugalhados, olhavam para mim, que estava no centro macabro. Seguiu um momento de silêncio pavoroso. De repente, uma velhinha, sentada numa cadeira no canto da sala, gritou histericamente: É agora, seu padre!”
Essa situação, que deixaria qualquer um nervoso ou até sem reação, não paralisou o padre. Ele relata o que sentiu e como procedeu, lembrando de sua formação.
“Perplexo, confesso que um estranho sentimento invadiu todo o meu ser. Prevenido porém, e avisado antes, com profunda fé no coração, acenei a meu sacristão que me alcançasse o meu Rituale do Exorcismo. Ele obedeceu. Estava porém tremendo e mal conseguia segurar a água benta. Foi então que pus em prática, o que tinha aprendido no meu curso de Teologia e Pastoral. Acredito que nunca rezei com tanta fé no coração. Sentia-me muito perto desse estranho fenômeno. Sei que o esconjurei em nome de Deus. Pedi paz para aquele povo e sossego para aquele lugar. Com a cruz na mão, aspergia a água benta, pedia a Deus a benção para o meu povo. E tudo aquietou”, disse o padre no livro.
Depois de concluir o ritual, a casa silenciou e nunca mais tremeu. Contudo, o mesmo fenômeno passou a acontecer na casa ao lado. O padre foi até a residência para realizar o ritual de exorcismo, mas assim que entrou algo estranho aconteceu. Veja:
“Quando ia dar o primeiro passo na sala da casa, escutei um barulho no sótão. Bem na minha frente, caiu de cima uma velha lima de afiar ferramentas. Com a parte apontada, ficou espetada no assoalho de peroba, mal um palmo diante dos meus pés. Por um nada atingiria minha cabeça”, relata Benno Wagner.
Finalmente, depois de duas visitas, as duas casas ficaram livres dos espíritos e os moradores puderam seguir com suas vidas em paz.
O assunto foi abordado recentemente pelo Maringá Histórica.
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